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Santa Teresa pode se tornar capital da gastronomia italiana do ES

Primeiro município brasileiro fundado por imigrantes da Itália, Santa Teresa, na região serrana do Estado, deverá ganhar reconhecimento como “capital estadual” da gastronomia italiana. É o que pretende a deputada Luzia Toledo (PMDB), autora do Projeto de Lei (PL) 200/2016, que concede o título à cidade. O projeto se encontra em análise na Procuradoria da Assembleia Legislativa e receberá pareceres das comissões de Justiça, de Cultura e de Finanças.

A deputada lembra que Santa Teresa já é reconhecida, por meio da Lei Estadual 10378/2015, de sua autoria, como a capital estadual da imigração italiana. A inclusão da temática gastronômica, explica Luzia, deve-se ao fato de os teresenses herdarem costumes culinários dos imigrantes. Entre as iguarias típicas, ela destaca polenta, puína, queijos artesanais, embutidos, capelete, tortei di zucca (à base de abóbora), compotas, além dos vinhos, espumantes e licores. 

Luzia Toledo acrescenta que essa diversidade na área da gastronomia projeta o município como importante polo gastronômico capixaba, incrementando a economia local por meio do chamado turismo gastronômico. 

Os pioneiros 


A história de Santa Teresa começa em 1874/75, quando chegaram os primeiros imigrantes italianos, trazidos pela expedição Tabachi. Esses imigrantes procuraram subir as montanhas, além de Santa Leopoldina, para construir uma comunidade no Novo Mundo, um “pícolo paese”, sem qualquer vínculo com a abolição da escravatura. 

Na área hoje ocupada pelo município de Santa Teresa, estavam os  antigos núcleos coloniais Antônio Prado e Bocaiúva, criados pelo Governo Imperial a fim de receber a colonização estrangeira, notadamente  a  italiana, tendo-se feito o levantamento dos cursos d’água, a demarcação territorial e a divisão em lotes. 

No dia 26 de junho de 1875 (Dia de São Virgílio – padroeiro do Trentino), foi feito o sorteio dos lotes coloniais entre os pioneiros, razão pela qual o dia é celebrado como a data de aniversário do município. 

Consta que uma devota possuía um quadro de Santa Teresa de Ávila, em torno do qual os moradores se reuniam para rezar à hora do Ângelus. Embora haja outras hipóteses, essa é a mais aceita pelos teresenses para explicar a origem do nome “Santa Teresa”. 

De 1875 a 1900, aproximadamente, centenas de famílias do decadente Império Austro-Húngaro (Trento e Veneza Júlia) e do Reino da Itália (Venezia e Lombardia) foram chegando à região e ocupando os lotes demarcados pelas autoridades imperiais.