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Biografia da escritora ítalo-brasileira Zélia Gattai é lançada na Bahia

O centenário de nascimento da memorialista Zélia Gattai, que pertenceu à Academia de Letras da Bahia (ALB) até o seu falecimento em 2008, foi celebrado por meio de conferências, vídeos e lançamento de livros, durante o Curso Jorge Amado 2016 – VI Colóquio de Literatura Brasileira, que encerrou na sexta-feira (26). O Colóquio é uma parceria entre a Fundação Casa de Jorge Amado e Academia de Letras da Bahia (ALB) e reuniu pesquisadores, acadêmicos e interessados em literatura. 

Durante o evento, a italiana Antonella Rita Roscilli, a membro correspondente da ALB, exibiu o documentário “Speciale Italia. Centenário Zélia Gattai: 1916-2016”, que registra o lançamento, na Itália, das comemorações ao centenário da escritora, que era filha e neta de italianos. “Uma ponte entre a cultura e a literatura dos dois países”, como expressou o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, que participou das homenagens, na quinta-feira. “Zélia pertencia a uma categoria de mulheres incríveis, que tanto contribuíram para a aproximação entre os dois países. E foi a grande companheira do escritor Jorge Amado que é para muitos italianos o primeiro contato com o Brasil”, destacou.

“Zélia Gattai e a imigração italiana no Brasil entre os séculos XIX e XX” é o título do último livro que a brasilianista italiana Antonella Rita Roscilli dedicou à escritora ítalo-brasileira que foi a companheira de vida de Jorge Amado.

O livro de Antonella Rita Roscilli supera os confins de uma biografia da Gattai: trata-se de uma análise do fenômeno da imigração italiana no Brasil entre o final do século dezenove e o início do século vinte. Uma fase fundamental para a consolidação da comunidade italiana no Brasil, uma presença crucial para o desenvolvimento socioeconômico do grande País sul-americano que, graças também à contribuição de muitos italianos e muitas italianas como Zélia Gattai, è hoje uma das realidades mais multiculturais do mundo.

Na oportunidade, Antonella Rita Roscilli, responsável pela tradução do último livro de Zelia Gattai, intitulado Memória do Amor (“Memoriale dell’Amore”), proferiu uma palestra na qual destacou a importância das obras de Zélia por registrar, com leveza, a memória de lugares e pessoas. “Falar de Zélia é falar da minha terra e de tantos italianos que contribuíram com o Brasil, e é falar do Brasil e de Jorge Amado, maior escritor desse país”. 

Ainda durante as homenagens, o acadêmico Aleilton Fonseca mediou uma mesa com a escritora e acadêmica Urânia Tourinho Peres e as professoras da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Jailma Pedreira Moreira e Ana Carolina Cruz de Souza ressaltou aspectos da trajetória pessoal e acadêmica de Zélia, como a dedicação à fotografia, às memórias e à subjetividade feminina latente em suas obras.