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Addio Pavarotti, mensageiro da paz e da fraternidade

Fazia muito calor neste sábado (08), em Modena, capital da província de mesmo nome, na região de Emilia Romagna. Mesmo assim, 50 mil pessoas foram prestar sua última homenagem a um homem que, com o seu canto, tornou-se, como disse o primeiro-ministro italiano Romano Prodi, um mensageiro da paz e da fraternidade. Quando o cortejo saiu às ruas, o povo chorou. Em um caixão branco, conforme o seu expresso desejo, Luciano Pavarotti, 71, que percorreu o mundo divulgado e popularizando o canto lírico, fez a sua última viagem, em silencio, em direção ao jazigo da família.

O brilho do sol parecia ter a mesa intensidade da voz do tenor mais famoso que o século XX conheceu. Os raios desciam do céu harmoniosamente, como os agudos e graves que Pavarotti entoou com tanta sensibilidade nos mais diferentes palcos, em mais de 40 anos de uma exitosa carreira. Na verdade, Pavarotti foi mais além. Por isso, não houve exagero quando Prodi afirmou:

Vogliamo rendere omaggio anche alla sua gramde umanità. Grazie a essa rappresenterà sempre non solo la musica, l'Italia intera. L'Italia è oggi triste ma orgogliosa di lui. Con il suo ultimo e commosso saluto l'Italia gli esprime qui, nel Duomo della sua città, la sua profonda gratitudine.

A cerimônia, realizada na catedral de sua cidade natal, teve a mesma emoção intensa e vibrante com que Pavarotti desempenhou os anos que lhe foram dados a viver na terra. Andréa Bocelli entoou uma Ave Verum Corpus e a soprano Rania Kabaivandska cantou uma Ave Maria.

Nos céus, aviões pintaram as cores da bandeira da Itália. A emoção deveria carregar o ambiente, mas de fato mesmo o que se sentia remetia às palavras do papa Bento XVI,

segundo o qual Pavarotti, como ninguém, honrou o caráter divino da música. Foi um adeus, havia tristeza, mas nada capaz de superar algo mais forte ainda que a certeza de que Pavarotti viverá para sempre, através de sua sensibilidade, de sua voz, de sua música.

Grazie per tutti, Pavarotti.