UIL

Aldo Moro e o assassinato que marcou a história da Itália

Aproveitamos a passagem da data para relembrar aos leitores quem foi este ilustre personagem da história contemporânea da Itália e as circunstâncias que envolveram o seu desaparecimento.

 Aldo Romeo Luigi Moro nasceu em 23 de setembro de 1916, em Maglie, província de Lecce, na Puglia. 

Ao longo de sua carreira, foi professor de Direito Penal na Universidade de Bari, presidente do Conselho Nacional da Democracia Cristã, ministro da Justiça, de Relações Exteriores e da Instrução. Foi por cinco vezes Presidente do Conselho de Ministros na Itália. Participou dos governos democrata-cristãos até 1976, quando assumiu como primeiro ministro Giulio Andreotti. 

Líder da Democracia Cristã (DC), Aldo Moro foi o responsável pelo acordo parlamentar entre o Partido Comunista e o Democrata-Cristão, visando encerrar a grave crise governamental pela qual passava o país. 

OTAN, União Soviética, facções dos democratas-critãos, extremistas de esquerda e de direita se opunham à proposta de Aldo Moro de estabelecer o chamado “Compromisso histórico”. Segundo fontes relatam, o entendimento era combatido com vigor por Andreotti, pelo Vaticano, pela Máfia e pelos Estados Unidos. 

Em 16 de março, cinco dias após a conclusão do acordo, quando se dirigia para a solenidade de posse do novo governo confiado a Giulio Andreotti, Moro foi sequestrado em Roma e os cinco homens da sua escolta - Domenico Ricci, Oreste Leonardi, Raffaele Iozzino, Giulio Rivera, Francesco Zizzi – mortos a tiros. Os autores dos crimes: integrantes do grupo “Brigadas Vermelhas” - organização terrorista comunista que teve o ápice de suas atividades na Itália na década de 70. 

Em 18 de março, o Brigate Rosse emitiu um comunicado assumindo a responsabilidade pelo sequestro, afirmando que Moro estaria sendo submetido a um “julgamento popular”. 

Em 24 de abril, os terroristas exigiram a libertação de 13 membros do grupo presos em Turim, em troca da vida de Moro. O governo italiano recusou-se a negociar, sob a alegação que isso levaria o país ao caos. 

Em 7 de maio, Moro escreve uma carta de despedida à sua mulher: "Eles disseram que vão me matar daqui a pouco. Beijo-a pela última vez." 

Dois dias depois, seu corpo com 11 tiros foi encontrado na Via Caetani, a 300 metros da sede central dos democratas-cristãos e a 200 metros da sede do Partido Comunista, no porta-malas do mesmo carro do qual fora raptado. 

Após 40 anos, o assassinato de Aldo Moro segue submerso em uma guerra de versões. 

Se você quiser saber mais sobre a história de Aldo Moro, a plataforma digital de vídeos Youtube tem diversos documentários disponíveis sobre o tema.
 
ACESSE AQUI