Ataques na Holanda podem se repetir pela Europa

O braço executivo da União Européia alertou hoje que a onda de ataques antiislâmicos como os que se viram na Holanda após o assassinato do cineasta holandês Theo van Gogh podem ocorrer em qualquer lugar da Europa, e pediu aos países da União Européia (UE) que levem a ameaça a sério.

O comissário de Justiça e Assuntos Domésticos da UE, Antonio Vitorino, "acredita que os eventos (ocorridos) na Holanda poderiam acontecer em qualquer lugar da Europa", disse à imprensa seu porta-voz, Pietro Petrucci. "A Comissão (Européia) expressa sua solidariedade com as autoridades holandesas, que lidam com a situação na Holanda, mas (destaca que) é um problema da União Européia como um todo", acrescentou.

Uma onda de ataques contra alvos muçulmanos foi observada na Holanda desde o assassinato do polêmico cineasta Theo van Gogh, há uma semana, por um suposto radical islâmico. Durante o fim de semana, três mesquitas foram atacadas por incendiários e outras duas por vândalos. Duas escolas islâmicas também foram atacadas. Ninguém ficou ferido nos incidentes.

A Comissão Européia destacou que os ministros do Interior da UE se reúnem nesta quarta-feira na cidade holandesa de Groningen para discutir formas de integrar melhor os imigrantes na sociedade européia. Uma integração bem-sucedida atinge tanto a imigrantes "de origem islâmica ou qualquer outra", disse o porta-voz da comissão, Jonathan Todd.

Os comentários foram feitos enquanto a polícia holandesa montava uma operação antiterror contra suspeitos escondidos em um apartamento em Haia e depois que o coordenador antiterrorismo da UE pediu calma para os muçulmanos e outras comunidades depois da morte do cineasta, reforçando que a Europa não acredita em "um choque de civilizações".

"O bombardeio de escolas em qualquer lugar do mundo é um indesculpável ato de barbárie", disse Gijs De Vries em declarações feitas nesta terça-feira.