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Cinema italiano perde Sergio Citti

Sergio Citti, diretor e ator conhecido pelo seu trabalho com Pier Paolo Pasolini, morreu, nesta terça-feira (11) pela manhã, em Roma. Citi, que sofria há muito tempo de doenças do coração, morreu no hospital Grassi, em Ostia, bairro sobre o litoral romano, onde se recuperava de uma piora das suas condições de saúde. Além dos problemas do coração, o ator quase não se mexia e se movimentava com a ajuda de uma cadeira de rodas.

Sergio Citti nasceu em Roma em 30 de maio de 1933. Amigo de Pier Paolo Pasolini, foi seu colaborador em quase todos os seus filmes como diretor assistente e consulente para o dialeto romano.

Começou como diretor com "Ostia" (1971) a partir de um roteiro escrito junto ao mesmo Pasolini. O encontro deles remonta à primeira metade dos anos 50, quando o poeta se mudou do bairro judeu de Roma para Ponte Mammolo, na periferia da cidade. Naquela região, o encontro com Citti e a descoberta, graças ao amigo, com o qual permaneceu sempre em contato, daquele povo da periferia que se tornará cenário dos mais famosos romances de Pasolini. Citti foi autor junto a Pasolini dos roteiros de "Saló ou os 120 dias de Sodoma", "Mamma Roma" e "Accattone".

Além de Pasolini, Citti foi ligado também a Federico Fellini, do qual foi colaborador para os diálogos de "As noites de Cabíria", depois de Bernardo Bertolucci em "Commare secca". Após a estréia com "Ostia", em 1973 Sergio Citti dirige "Storie scellerate" e depois "Casotto" (1977), "Duepezzidipane" (1979) e "Il minestrone" (1981). Este último com Roberto Benigni como protagonista.

Após alguns anos de ausência, retornou para trás das câmeras com "Mortacci", curiosa história dividida em episódios ambientada em um cemitério, e "I magi randagi" (1996), com o qual venceu o prestigioso prêmio Nastro d'Argento do David de Donatello, o Oscar do cinema italiano.

Seu último filme, "Fratello e sorella", foi lançado este ano com Claudio Amendola e Ida di Benedetto.

"Com a morte de Sergio Citti, Roma perde um dos mais sensíveis protagonistas da sua vida cultural. Perde, principalmente, um ponto de vista da sociedade que fez discutir e crescer diversas gerações", são as palavras do prefeito de Roma, Walter Veltroni, para recordar o querido diretor romano.