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Comunhão aos abortistas, o amparo do Papa a Biden

A visita de Biden a Roma e o clamoroso auxílio do Papa que o teria definido como um "bom católico", dizendo-lhe para "continuar a receber a Comunhão". O presidente dos Estados Unidos tirou o ás da manga para desferir um golpe decisivo nos bispos americanos, alguns dias antes da votação sobre a consistência eucarística. Mas Bergoglio já disse que nunca negou a comunhão a ninguém. Novo apelo do Cardeal Burke.

Joe Biden não fez sua estreia no Vaticano, tendo já encontrado São João Paulo II em 1980, como simples senador, e Bento XVI e Francisco como vice-presidente, em 2011, 2013, 2015 e 2016. Mas talvez o encontro de ontem (29) foi além das suas expectativas mais otimistas. O Papa Bergoglio, de fato, concedeu ao presidente dos Estados Unidos uma entrevista de 75 minutos, durante a qual os dois falaram sobre o meio ambiente, a luta contra Covid e os migrantes.

A uma hora e quinze minutos no Vaticano pode deixar consequências importantes no debate, dentro da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, sobre se deve ou não ser negada a Comunhão a políticos católicos pró-aborto. A bomba que poderia ter efeitos perturbadores no exterior, de fato, foi lançada pelo próprio Joe Biden que, pressionado por repórteres no Palazzo Chigi, na presença do primeiro-ministro Mario Draghi, revelou como o Papa o definiu como um "bom católico" e disse que ele deve "continuar a receber a comunhão".

As palavras do atual inquilino da Casa Branca, notoriamente "pró-escolha" e recentemente duro sobre a lei de aborto do Texas, correm o risco de desestabilizar os bispos dos EUA, antes da votação que eles terão em três semanas, sobre a declaração formal a respeito da coerência eucarística. A maioria dos membros da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, conforme emergiu durante uma assembleia em junho passado, permanece firmemente na linha de Ratzinger, aquela expressa em uma Nota de 2004, pelo então prefeito da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé, segundo a qual o padre deve recusar-se a distribuir a Eucaristia ao político católico que sistematicamente faz campanha pelo aborto. 

Fonte: Originalmente publicado em La nuova Bussola Quotidiana/di Nico Spuntoni - Leia aqui a matéria em italiano