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Francesca Armosino, a última mulher de Giuseppe Garibaldi

Francesca Armosino foi a segunda e última esposa de Giuseppe Garibaldi, em núpcias realizadas em 1880. 

A relação mais famosa, sem dúvida, foi com Anita, porém o final da sua vida ocorreu na ilha de Caprera, com a jovem italiana, com quem Garibaldi teve três filhos. 

Francesca Armosino nasceu em 18 de maio de 1846, na aldeia de Saracchi, fração pertencente ao município de San Martino Alfieri, na província de Asti, região do Piemonte. Ela faleceu em 15 de julho de 1923, em Caprera (La Maddalena), ilha ao norte da Sardenha, onde viveu por 15 anos com Giuseppe Garibaldi, com quem teve três filhos: Clélia Garibaldi (Caprera, 16 Fevereiro 1867 - Caprera, 02 Fevereiro 1959); Rosa Garibaldi (Caprera, 10 Julho 1869 - Caprera, 01 Janeiro 1871) e Manlio Garibaldi (Caprera, cerca de 23 Abril 1873 - Imperia, cerca 13 Janeiro 1900).

Ela era descendente de uma nobre família armênia, que emigrou para a Itália para escapar das perseguições dos turcos contra Cristãos. 

Em 1865, com 17 anos, ela passou a residir em Caprera para trabalhar como babá dos netos de Garibaldi, filhos de Teresita, filha dele com Anita. 

Garibaldi fotografado na velhice, em uma cadeira de rodas, rodeado pela esposa Francesca Armosino e pelos filhos Manlio e Clelia. La Maddalena, Italia, 08/07/1880.

Francesca foi escolhida, pelos amigos de Garibaldi, a seu pedido, porque ela não era particularmente atraente e, portanto, não seria importunada pelos homens de Caprera que, por falta de mulheres, poderiam distraí-la dos cuidados da família. Na verdade, Francesca, embora não fosse considerada uma mulher bonita, era inteligente e enérgica; ela sabia inspirar confiança ou, pelo menos, sabia inspirá-la ao chefe da família, que aos poucos a deixou tomar posse da casa e cuidar de Teresina grávida do terceiro filho. 

Clélia Garibaldi (Caprera, 16 Fevereiro 1867 - Caprera, 02 Fevereiro 1959)

Em pouco tempo, Francesca conquistou o papel de companheira de Garibaldi. O relacionamento deles levou ao nascimento de três filhos: Clélia em 1867, Rosa em 1869 e Manlio em 1873. Ela cuidou de toda a família e da propriedade que Garibaldi tinha em Caprera, assumindo as rédeas da casa. 

Garibaldi sentia cada vez mais o peso dos anos e das doenças: miopia, bronquite e dores nas articulações, que o afligiam cada vez mais e que muitas vezes o obrigavam a usar uma cadeira de rodas. Francesca cuidou dele quando ele adoeceu e cuidou com dedicação. Quanto mais o físico de Garibaldi declinava com o progresso da doença, mais Francesca florescia.

Garibaldi estava perfeitamente ciente da irreversibilidade de sua doença e, no rigor de seus princípios morais, uma única preocupação o atormentava: a de poder casar com Francesca e, assim, dar seu próprio nome aos filhos. 

Manlio Garibaldi (Caprera, 23 Abril 1873 - Imperia, 13 Janeiro 1900).

Garibaldi casou com Francesca, em 26 de janeiro de 1880, após 14 anos de convivência e uma árdua batalha judicial para anular o casamento anterior, com a marquesa Giuseppina Raimondi. A união durou até a morte de Garibaldi, em 1882.

Francesca viveu em Caprera até a morte de Garibaldi, depois se dividiu entre a casa de Caprera e a de Ardenza (Ligúria), onde residia seu filho Manlio, cadete da Academia Naval, que veio a falecer de tuberculose, com 26 anos de idade.

Francesca morreu em Caprera, em 15 de julho de 1923, onde foi sepultada no pequeno cemitério, perto de seu marido e de sua filha Rosa, falecida quando tinha apenas 18 meses.