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Morte de italiana foi anunciada para aumentar resgate

O anúncio da execução da jornalista italiana, Giuliana Sgrena, apenas tem como objetivo "criar confusão" para elevar o valor do resgate. É o que afirmam os investigadores que analisaram o último comunicado do grupo islâmico que realizou o seqüestro.

O anúncio da execução de Sgrena foi totalmente ignorado hoje pela imprensa iraquiana, que havia divulgado amplamente o comunicado anterior, da última segunda-feira, no qual a Jihad islâmica anunciava a libertação da jornalista nos próximos dias.

"Distorceram e difamaram a resistência do povo iraquiano frente à ocupação norte-americana", disse o porta-voz do Conselho dos Ulemas, Abdul Salam al Kubaiasi.

O religioso sunita, que já participou das negociações para a libertação de outros reféns italianos, ignorou o anúncio da execução e recordou que no dia 19 de junho do ano passado o Conselho dos Ulemas pronunciou-se oficialmente contra ações de violência, afirmando que não deveria haver seqüestros de jornalistas.

"Porém, muitos grupos de identidade desconhecida, alguns deles sem natureza política, com o único fim de obter o dinheiro do resgate, começaram a realizar seqüestros, sustentando que o fazem pela resistência. Eles difamam e distorcem os objetivos da resistência iraquiana", completou.

O porta-voz do ministério do Interior do governo provisório do Iraque, Sabah Kadum, tem a mesma opinião. "Estes grupos não tem uma ideologia clara, consideram todos os estrangeiros como infiéis que devem ser assassinados", declarou esta manhã à ANSA.

"Não levaremos em consideração comunicados semelhantes, estes são difundidos com o objetivo de assustar aqueles que estão preocupados com a libertação da jornalista", disse Kadum.

Para ele, a Internet contribuiu para criar mais problemas. "Qualquer pessoa que disponha de uma conexão à rede pode difundir essas mensagens como essas", completou. Ele não quis dar mais detalhes sobre o desenvolvimento das investigações, nem sobre os boatos sobre a suposta identificação do esconderijo onde os seqüestradores teriam mantido a jornalista.

O porta-voz do ministério não informou os resultados dos interrogatórios do chofer e do intérprete iraquiano que presenciou o momento do seqüestro. "Dispomos de todos os detalhes do crime, porque ambos estavam presentes quando o seqüestro ocorreu. Contudo, não temos a intenção de divulgar nada agora, pois o caso ainda está aberto", concluiu.