Papa recupera-se mais lentamente que o previsto, diz Vaticano
Por Philip Pullella
O papa João Paulo II recupera-se mais lentamente do que o previsto após ter realizado uma cirurgia na garganta, alimentando dúvidas sobre se conseguirá retomar normalmente suas atividades, disseram hoje membros do Vaticano. "Infelizmente, as coisas não estão caminhando tão bem quanto gostaríamos", afirmou um monsenhor da Santa Sé.
"Esses são os avanços e os retrocessos de uma recuperação pós-operatória para um homem da idade e no estado de saúde dele". "É claro que o papa está sofrendo muito", afirmou um outro clérigo que trabalha no Vaticano.
Membros da Igreja disseram que o Papa, 84 anos, visto em público pela última vez no domingo, não poderia participar da procissão deste ano da Via Crucis, na Sexta-Feira Santa, dia em que os cristãos celebram a paixão e a morte de Cristo. O papa, que também sofre do mal de Parkinson, tinha esperanças de estar bem o suficiente para participar do ritual.
Esse é o único evento da Semana Santa, que termina no domingo, que o papa nunca havia delegado a cardeais anteriormente. A procissão será comandada pelo cardeal Camillo Ruini, vigário do papa para Roma. O pontífice acompanhará a cerimônia pela TV e, se sua saúde permitir, participará dela por meio de um equipamento de videoconferência. As audiências feitas pelo papa, entre as quais as audiências gerais de quarta-feira, foram suspensas até segunda ordem.
Na segunda-feira à noite, Roma foi tomada por boatos de que o líder dos católicos havia sofrido um revés. Vários jornais italianos desta terça relataram que João Paulo II teria experimentado uma pequena crise respiratória.
Um jornal, o Il Messaggero, atribuiu a um padre polonês cujo nome não foi divulgado a seguinte declaração: "Rezem pelo papa porque o estado de saúde dele está piorando". O pontífice continua com um tubo na garganta, conhecido como cânula, para ajudá-lo a respirar e, segundo especialistas, ele deve mantê-lo até o final de sua vida. Enfermeiros precisam manter o tubo limpo e livre de secreções a fim de impedir quaisquer problemas respiratórios e minimizar as chances de uma infecção.
O papa deixou o hospital Gemelli, em Roma, no dia 13 de março, quase três semanas depois de realizar uma traqueotomia para ajudá-lo a superar graves dificuldades respiratórias. Desde que recebeu alta do hospital, o papa apareceu em público, rapidamente, por três vezes: duas de sua janela que se abre para a praça São Pedro e uma por meio de um link de vídeo a partir de seus aposentos.
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