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Senado italiano transforma em lei reforma educacional rejeitada por alunos e professores

O Senado da Itália aprovou, na última quarta-feira (29), o decreto-lei, apoiado pela ministra da Educação italiana, Mariastella Gelmini, que vem sendo alvo de protestos de estudantes e professores, já há algumas semanas, em todo o país. A rejeição parte de medidas, agora transformadas em lei, como o ressurgimento, a partir do ano letivo 2009/2010, da nota de comportamento e do professor único nas escolas primárias, e o corte do orçamento de funcionários do ensino público. Além disso, universitários e docentes, contrários às mudanças, defendem que o corte de 8 bilhões de euros no orçamento para o ensino superior irá comprometer a pesquisa e, conseqüentemente, o futuro do país.

O “decreto Gelmini” foi aprovado por 162 a favor, 134 contra e três abstenções, após várias sessões de uma disputa acirrada entre representantes do Governo e da oposição. A tramitação parlamentar não fez modificações em nenhum ponto da norma, que prevê, entre outras medidas, a necessidade de aprovação em comportamento para superar uma disciplina, redução de 87 mil empregos no ensino nos próximos três anos e a introdução de professor único no ensino primário, exceto em informática, inglês e religião.

Também é motivo de descontentamento por parte de estudantes e pais dos alunos o fechamento de escolas situadas em lugares isolados, assim como o aumento de estudantes por turma e a redução da carga horária letiva (das 40 horas semanais para apenas 24).
 
As manifestações contra as mudanças educacionais propostas pelo governo acontecem em toda a Itália, em forma de manifestações, greve, ocupação temporária de salas de aula e até de instalações públicas, como estações de trem, e aulas nas ruas ou locais emblemáticos, como o Coliseu.
 
A ministra Maristella Gelmini comemorou a vitória no Senado e salientou que as medidas aprovadas contam com o sinal verde da maioria dos italianos, dispostos a terem de volta a "escola da seriedade e do mérito". Segundo ela, na próxima semana serão divulgadas as medidas para o ensino superior.

O setor do ensino em Itália assistiu, nesta quinta-feira (31), a uma greve geral em protesto contra a reforma da Educação.

O líder do Partido Democrático, Walter Veltroni, anunciou que a principal formação da oposição vai “promover um referendo” para abolir a reforma, apelando à participação de todos no que classificou de uma “grande batalha cívica”.