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Pedir esmola em cidades italianas pode dar multa de 100 euros

Uma nova polêmica está tomando as ruas de cidades italianas. Depois dos clientes de prostitutas, que estão sujeitos a multas se forem flagrados no ato da abordagem, quem agora virou alvo de alguns prefeitos são os mendigos. Em cidades como Verona, Veneza e Firenze já estão em vigor medidas anti-elemosina (anti-esmola) e os pedintes que desafiarem a lei estão sujeitos a pagar uma multa de 100 euros, além de terem confiscado o dinheiro obtido.  Enquanto alguns aplaudem a iniciativa, vendo-a como um sinal de civilidade, outros, como o presidente do Cosenlho Ponficio para os Migrantes, o bispo Raffaele Martini, contestam o rigor imposto aos mendigos considerando que pedir esmola é um direito e sua proibição é inaceitável.

Em entrevista concedida ao Il Giornale, o religioso afirmou que a ação das autoridades não é uma questão de decoro urbano. Para ele, quem vive de casaco e gravata em muitas situações se encontra em situação mais indecorosa do que os mendigos.  O representante da igreja católica afirma que é preciso ver de que maneira é possível ajudar “estes irmãos, de modo a restituir a sua dignidade”. Quem pratica a mendicância, reconhece Martini, vive em uma condição humilhante, indigna de um ser um ser humano. A mendicância, observa, denuncia um estado de degradação do viver civil.

Ainda na entrevista publicada em Il Giornale, o bisco diz que o pobre interpela a consciência de todos, féis, administradores, políticos e acha que fazer caridade é um dever da pessoas, porque antecipa as instituições. O problema, acentua, é fazer de maneira inteligente e não apenas para aliviar a consciência