Domenico de Masi fala sobre criatividade na Inovaminas
O sociólogo italiano, Domenico de Masi, fechou o ciclo de palestras magnas da 2ª Conferência Mineira de Inovação Tecnológica (Inovaminas), em Belo Horizonte. Aproximadamente 400 pessoas acompanharam a palestra criatividade, inovação e trabalho, na última terça-feira (30), no Expominas.
De Masi iniciou a palestra perguntando por que, nos dias atuais, se fala tanto em criatividade. O palestrante explicou as origens da era industrial e as características dessa época, que priorizavam o trabalho repetitivo e não a criatividade. O centro dessa era foi o trabalho em série, em grandes indústrias. Essa sociedade era feita de muito trabalho e sacrifício, ressaltou.
O sociólogo disse que, em 200 anos, o mundo se transformou e chegamos na era pós-industrial, na qual vivemos hoje. Aos poucos a máquina foi ocupando o lugar do trabalho repetitivo. A partir disso, a criatividade se tornou um tema abordado e discutido. A sociedade pós-industrial cria produtos com estética, informações e isso demanda ser criativo.
De acordo com ele, a produção de idéias não precisa de horários fixos, mas as empresas continuam a marcar o tempo do trabalho. É necessário conhecer o lado externo, mas os executivos ficam nove, dez horas dentro do escritório, ressaltou. As empresas deveriam fazer mais esforços para tornar os grupos mais criativos, provocou. Questionado sobre o tempo de permanência no ambiente de trabalho, o palestrante afirmou ter certeza de que quanto mais tempo, menos criativa a pessoa se torna.
De Masi disse ainda que a criatividade é como um castelo, cercada por todas as partes e várias pessoas querem entrar. A criatividade é um instinto humano. O convidado explicou que, para ser criativo, a pessoa deve ter também pensamentos concretos em suas ações. Segundo ele, se colocar grupos de pessoas com muita fantasia e concretos, esses serão extremamente criativos. Masi disse ainda que os grupos estudados por ele, considerados criativos, não toleram a burocracia.
Várias palestras ainda estão previstas na Inovaminas, evento que ocorre paralelamente à 4ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação (Inovatec). As duas iniciativas acabam nesta quinta-feira (2). No último dia, o coordenador Científico de Biotecnologia da Fiemg/Instituto Euvaldo Lodi, Roberto Machado Silva, traz dados indicando que a área de fármacos em Minas Gerais gerou mais de 5 mil empregos diretos e teve faturamento aproximado de R$ 2,3 bilhões em 2005. Já o presidente da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), Alfredo Gontigo, vai falar sobre o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), uma ação que visa estimular a cultura da inovação. Na abordagem, a base conceitual que justificou a criação do Sibratec, os desafios para a promoção da inovação e ações já em curso pelo Sistema. (Asscom MG)
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