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Fabio Porta defende incentivo ao retorno de ítalo-descendentes à Itália

“Os italianos no mundo como recurso do território. O caso da emigração sarda” foi tema do encontro realizado na sala de imprensa da Câmara dos Deputados, em Roma, de iniciativa do deputado Fabio Porta (PD), eleito na circunscrição exterior repartição América do Sul. 

A conferência faz parte de um ciclo de audiências cujo objetivo é promover, junto aos parlamentares e à opinião pública nacional, o valor da emigração regional. No centro das discussões esteve o livro Sardi in fuga in Italia e dall'Italia: politica, amministrazione e società in Sardegna nell'era delle moderne emigrazioni, de Aldo Aledda.

Conforme Fabio Porta, o livro de Aledda expressa uma visão que pode ser transposta para toda a emigração italiana, ao mesmo tempo em que evidencia a necessidade de maior formação sobre o tema para os operadores e para o mundo político poder explorar da forma correta o recurso da emigração. "A emigração é um grande tema que caracteriza nossa história recente, desde a unificação da Itália até hoje. Por isso é importante falar mais sobre isso e esta iniciativa insere-se neste processo de sensibilização para a emigração e reflexão sobre o seu papel hoje”, destacou o parlamentar.

Esta reflexão conduziu, em trabalho conjunto com Aldo Aledda e outros especialistas (Comitê 11 de Outubro), a uma proposta para valorizar a presença dos italianos no exterior diante do despovoamento do território: "Uma proposta de lei com o objetivo - afirmou Porta  - de favorecer de fato o retorno à Pátria dos descendentes de italianos, facilitando seu retorno aos territórios de origem de seus antepassados, por meio de um sistema especial de vistos. Tudo para aproveitar e apoiar uma presença cada vez mais significativa qualitativa e quantitativamente dos descendentes de italianos em nossos territórios, com renovada vitalidade e energia para o desenvolvimento local aberto a uma perspectiva global”.

Além do deputado Fabio Porta e do autor do livro Aldo Aledda, participaram da conferência a vereadora regional trabalhista Ada lai, os parlamentares sardos Pietro Pittalis, Salvatore Deidda, Silvio Lai e Alessandra Todde, os dirigentes regionais, o presidente da FASI, Bastianino Mossa, e a coordenadora dos jovens, Sara Nicole Canchedda.

Sardi in fuga in Italia e dall'Italia : politica, amministrazione e società in Sardegna nell'era delle moderne emigrazioni

1ª edição: Junho 2022 
Editor Franco Angeli
263 páginas

Sinopse do livro

A emigração de cerca de metade dos italianos nos últimos dois séculos, desde as primeiras décadas do século XIX até aos nossos dias, acabou por condicionar todo o percurso da sociedade italiana nas suas vertentes econômica e social. As razões desta "fuga", para além da vontade do indivíduo de se realizar na cena internacional mais vasta, encontram-se certamente em estrangulamentos e patologias de diversas índoles, que nos permitem crer que não se foge tanto da Itália ou de alguma sua região ou aldeia em particular, mas de algumas realidades italianas que contrastam com a rara beleza do país, cuja memória pungente, porém, o emigrante carrega no coração ao longo da sua existência. O expatriado sardo vindo de uma ilha que preservou seus valores e limites por séculos não é exceção, até quase um terço de sua população, depois de ter feito uma modesta contribuição para os fluxos migratórios italianos em massa, não decidiu no último pós-guerra subscrever os fluxos mais substanciais das regiões do sul para o norte da Itália e para o exterior. O autor, considerando este fenômeno tudo menos que negativo, embora implique perda de recursos humanos, não concorda com aqueles que o tentam travar, mas busca demonstrar como isto beneficiou a sociedade sarda, ajudando-a a crescer e a melhorar. Na realidade, o fenômeno não foi totalmente compreendido por uma classe dirigente política e local míope e auto referencial que hoje assiste impotente e sem ideias ao despovoamento e crescente envelhecimento da população com a saída dos mais jovens. O quanto a sociedade, a política e a administração da Sardenha são responsáveis pelo abandono de muitos sardos do território é o que este trabalho promete demonstrar. Assim como, ao propor remédios para as distorções criadas, procura oferecer um novo paradigma interpretativo da emigração italiana, em particular da emigração meridional e insular.