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Morre o vereador Ervino Besson, expoente da comunidade italiana de Porto Alegre

O vereador ítalo-brasileiro Ervino Besson (PDT) faleceu, na madrugada desta terça-feira (20/7), aos 65 anos de idade, em Porto Alegre (RS). Vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na noite do dia 11 de junho, ele estava internado em estado grave no Hospital Beneficência Portuguesa. Ainda no final da tarde de ontem (19), os médicos haviam admitido a morte cerebral do vereador. O velório será realizado nesta terça-feira (20) na Câmara Municipal de Porto Alegre, a partir das 11h, e o enterro ocorrerá no cemitério João XXIII. Ao lamentar a morte do colega, o presidente da Câmara Municipal, vereador Nelcir Tessaro (PTB) decretou luto de três dias no Legislativo.

Descendente de italianos, coube a Besson homenagear os imigrantes, gravando, em 2009, uma data no calendário oficial de eventos de Porto Alegre, segundo ele, um reconhecimento do povo gaúcho ao trabalho daqueles que vieram da Itália, enfrentaram inúmeras dificuldades e ajudaram a construir o Estado. "Os imigrantes, como meus avós, têm uma história de sofrimento no RS mas também de amor por esta terra." Na ocasião, explicou que o 1º de julho foi escolhido porque foi nesta data, em 1877, que surgiu a primeira entidade de imigrantes italianos na Capital.

Eleito vereador suplente pelo PDT nas eleições de 2008, Ervino Besson exercia o seu segundo mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre. Em janeiro de 2009, assumiu como vereador titular da bancada do PDT na Câmara Municipal, tendo sido nomeado, neste ano, como secretário adjunto da Copa 2014 pelo prefeito José Fortunati.

Filho de Fortunato Besson e Constantina Fontana Besson, Ervino Besson era natural da cidade gaúcha de Casca. Era casado com Enedir Besson e pai de dois filhos. Muito vinculado à Zona Sul e à comunidade italiana de Porto Alegre, sua trajetória política se iniciou em movimentos de base da Capital. Como co-fundador da Cidade de Deus, coordenou os primeiros mutirões para a construção de casas populares.

Como vereador de Porto Alegre, foi autor de projetos em diversas áreas. Entre eles, o que criou o Banco Municipal de Remédios, que consiste na arrecadação e distribuição de remédios sem nenhum custo para o Erário Público, e o que originou a Lei da Aprovação, assegurando que as escolas públicas municipais somente poderão reprovar aluno em nível de alfabetização, até a segunda série do ensino fundamental, após análise e avaliação pelo corpo docente e direção, precedida de parecer do Serviço de Orientação Educacional.

Foi autor também da Lei Complementar 487, que cria o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, os fóruns regionais de Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança. Como diretor administrativo da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul), elaborou projetos de reaproveitamento das sobras, impedindo o desperdício de alimentos.