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Italianos pedem a retirada de tropas do Iraque

Milhares de pessoas tomaram as ruas do centro de Roma hoje para protestar pela intervenção armada no Iraque e exigir a retirada das tropas italianas, no dia do segundo aniversário do início da guerra dos Estados Unidos contra esse país árabe.

O protesto aconteceu em meio a uma grande mobilização policial e teve alguns momentos de tensão quando as forças de segurança impediram os manifestantes de chegar às imediações do Palácio Chigi, a sede do governo de Silvio Berlusconi.

Os ativistas, alguns encapuzados, tentaram quebrar o cordão policial, mas depois de alguns minutos de tensão e com a mediação de alguns porta-vozes políticos, como o líder dos Verdes, Paolo Cento, a situação foi resolvida.

Na manifestação, um grande cartaz lembrava que "70% dos italianos querem a retirada imediata das tropas" e exigia um "Iraque para os iraquianos".

"Estamos aqui para dizer o que pensa a maioria dos italianos: cada dia que passa de ocupação no Iraque é muito. É necessário retirar imediatamente as tropas italianas desse país", assinalou um dos representantes do Partido da Refundação Comunista, Claudio Grassi.

As palavras de ordem foram cantadas durante todo o protesto, realizado apenas três dias após Berlusconi dizer que começaria a retirada italiana em setembro e, posteriormente, afirmar que esse anúncio era "apenas um desejo".

Mal-entendido

As declarações do primeiro-ministro levantaram uma onda de reações na Itália e no exterior e levaram o premier britânico, Tony Blair, a declarar - antes da retificação de Berlusconi - que as palavras do líder italiano tinham sido "um mal-entendido".

Após uma conversa com o presidente dos EUA, George W. Bush, o chefe do Executivo italiano indicou que a retirada só acontecerá de comum acordo com os aliados e com o governo iraquiano e quando houver condições de segurança necessárias no país árabe.

Nas últimas semanas a presença militar italiana no Iraque voltou a ser questionada por inúmeros setores, especialmente sensibilizados depois do seqüestro da jornalista Giuliana Sgrena e do ataque dos EUA ao veículo no qual viajava após ser libertada, que matou o agente secreto Nicola Calipari.