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MAC comemora os 110 anos de nascimento de Volpi

Comemorando os 110 anos de nascimento do pintor Alfredo Volpi, está em cartaz no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) a mostra Volpi e as Heranças Contemporâneas.

A exposição reúne trabalhos do pintor juntamente com obras de outros artistas contemporâneos como Regina Silveira, Iran do Espírito Santo e Cildo Meireles.

A mostra, gratuita, fica aberta ao público até o dia 28 deste mês e poderá ser apreciada de terça a domingo, das 10h as 18h. O MAC fica na Rua da Reitoria, 160 – Cidade Universitária. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3091 3039.

Filho de imigrantes

Volpi nasceu em Lucca, na Itália, em 1896. Filho de imigrantes, chegou ao Brasil com pouco mais de um ano de idade. Foi decorador de paredes. Aos 16 anos pintava frisos, florões e painéis. Sempre valorizou o trabalho artesanal, construindo suas próprias telas, pincéis. As tintas eram feitas com pigmentos naturais, usando a técnica de têmpera.

Foi um autodidata. Sua evolução foi natural, tendo chegado à abstração por caminhos próprios, trabalhando e dedicando-se a essa descoberta. Nunca acreditou em inspiração.

Alfredo Volpi não participou dos movimentos modernistas da década de 20, apoiados pela elite brasileira. Manteve-se à parte desses grupos. Não teve acesso aos mestres europeus, como era comum na época.
Formou, na década de 30, o Grupo Santa Helena que com outros pintores,- Rebolo, Graciano, Zanini, Bonadei, Pennacchi,- constituiram um trabalho voltado para a pesquisa, desenvolvimento de técnicas apuradas e observação.

Na década de 40, através das paisagens de Itanhaém, seu novo caminho pictórico começou a se mostrar. Abandonou a perspectiva tradicional, simplificou e geometrizou as formas. Mais tarde, chegou à abstração. Após seu encontro com o pintor italiano Ernesto De Fiori, seus gestos ficaram mais livres, dinâmicos e expressivos. A cor, mais vibrante.

Nos anos 50, as bandeirinhas das festas juninas, de Mogi das Cruzes, integraram-se às suas fachadas. Posteriormente, destacou-as do seu contexto original. A partir da década de 60, suas pinturas são jogos formais: todos os temas são deixados de lado e as bandeirinhas passaram a ser signos, formas geométricas compondo ritmos coloridos e iluminados.

Volpi morreu aos 92 anos, em 1988, em São Paulo.