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Qual a origem da árvore de Natal

A tradição da árvore de Natal e do presépio ainda está muito viva nas famílias italianas. Veja a seguir a história e curiosidades sobre estes antigos costumes.

Enfeitar uma árvore comemorativa era costume nas culturas pagãs. Em particular, os ailantos (ou "árvores do paraíso") eram enfeitados com fitas coloridas, pequenos sinos e iluminados por tochas votivas para representar as almas que povoavam a planta.

Durante as calendas de janeiro, os romanos costumavam decorar suas casas com ramos de pinheiro como um bom presságio. Na cultura celta, por outro lado, o abeto era considerado um símbolo de vida longa, pois não murchava durante os invernos rigorosos e suas folhas permaneciam sempre verdes.

Azevinho é um arbusto repleto de significados, tipicamente utilizado nas decorações de Natal

Na Idade Média, a árvore de Natal gradualmente entrou nas tradições cristãs. A Igreja substituiu o abeto ou pinheiro pelo azevinho, cujas folhas pontiagudas simbolizavam para os fiéis os espinhos da coroa de Cristo e as bagas vermelhas que a planta produz referiam-se às gotas de sangue. Além disso, a forma tipicamente triangular da árvore foi associada à da Trindade como símbolo da imortalidade.

A primeira documentação certa da árvore usada para comemorar o Natal remonta ao século XVI na cidade de Riga, na Letônia, onde, em 1510, a Irmandade dos Blackheads (associação de comerciantes e armadores locais) decidiu colocar uma árvore no centro da praça principal e depois incendiou-o durante a véspera de Ano Novo.

A partir do século XVII, começou a surgir o costume de trazer uma árvore para dentro de casa e decorá-la. No século seguinte foi iluminada com velas. No entanto, grande parte da tradição da árvore de Natal permaneceu relegada apenas aos povos do norte da Europa.

A tradição foi introduzida pela primeira vez na Itália, na segunda metade do século XIX pela rainha Margherita, esposa de Umberto I de Saboia, que decidiu introduzir a primeira árvore de Natal dentro do Quirinale, residência real. A partir de então, esse costume se espalhou em toda a península.

Quando se monta e quando se desfaz a árvore de Natal

Tradicionalmente, a árvore de Natal entra nos lares italianos no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição.

No entanto, há exceções em nível local: na Puglia a data é antecipada para 6 de dezembro, dia dedicado ao culto de San Nicola, particularmente querido pela região. Outra exceção é Milão, onde a festa de Sant'Ambrogio significa que as pessoas começam a preparar a árvore no dia 7 de dezembro. Em vez disso, agora é um costume consolidado que a data em que a árvore e o presépio devem ser desfeitos é 6 de janeiro. Porém, segundo a tradição católica, o verdadeiro fim das festividades natalinas ocorre no dia 2 de fevereiro, para a Candelária (festa que envolve a bênção de círios e velas nas igrejas, rito que simboliza a mudança de estação com o fim do inverno).

Este feriado marca o dia em que o menino Jesus é apresentado no Templo. É também o dia da purificação de Maria, quarenta dias após o parto. De fato, de acordo com os costumes judaicos, toda mulher que desse à luz um menino era considerada impura por quarenta dias, após os quais tinha que ir ao Templo de Jerusalém para purificar seu corpo.

As origens do presépio

A palavra presépio vem do latim praesaepe, que significa manjedoura ou cerca (destinado a estábulo para animais).

As fontes para a representação do presépio vêm dos Evangelhos de Mateus e Lucas, onde o nascimento de Jesus é contado em Belém da Judéia. A tradição do presépio tem raízes principalmente na Itália e remonta a São Francisco de Assis: o primeiro a erigir, em 1223, a representação cênica de uma manjedoura em um bosque perto de Greccio, onde, dentro de uma gruta, alojou um burro e um boi vivos (mas sem a Sagrada Família). Lá ele celebrou um sermão de Natal diante de uma multidão de fiéis, tornando-o compreensível para todos os analfabetos da época.

O costume de representar o presépio manteve-se durante toda a Idade Média, mas foi no século XVIII que encontrou uma verdadeira institucionalização, quando os presépios chegaram tanto às igrejas como aos lares das pessoas comuns. O testemunho mais famoso dessa época é o presépio criado por Augustin Propst, composto por mais de 4.000 figuras e ainda visível no Museu Diocesano de Bressanone, no Trentino-Alto Adige.

Fonte: L’identità di Clio