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ONU discute como reduzir gases poluentes

A partir de hoje, políticos e especialistas em mudanças climáticas se reúnem em uma conferência da ONU em Buenos Aires, na Argentina, para discutir as medidas necessárias para conter o aquecimento global, além da aplicação do Protocolo de Kyoto. Cerca de 6 mil delegados participam da X Conferência das Partes do Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 10), que começa às 10h (hora local, 11h em Brasília) e será concluída no próximo dia 17.

O objetivo do encontro é discutir maneiras de promover ações não só de parte dos governos, mas também das sociedades civis e dos setores privados, para limitar as emissões de gases que produzem o efeito estufa, de acordo com o Protocolo de Kyoto. Em 1997, nessa cidade japonesa, durante uma cúpula similar à que começa hoje em Buenos Aires, foi aprovado o protocolo através do qual os países industrializados se comprometeram a reduzir suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEI) a um nível não inferior aos 5% registrado em 1990, no período compreendido entre 2008 e 2012.

De acordo com Richard Black, repórter da BBC que acompanha os debates sobre o assunto, o grande desafio dos países industrializados é como convencer os líderes de nações em desenvolvimento como Brasil, China e Índia de que eles também podem e devem reduzir a emissão de gases poluentes ¿ talvez não agora, mas ao longo das próximas décadas. A expectativa é de que o bloco industrializado apresente propostas que permitam o crescimento econômicos de países em desenvolvimento e ainda assim estimulem a redução da emissão de gases.

Ainda segundo Black, o grande obstáculo nas negociações é a postura do governo dos Estados Unidos, que nos últimos dias deixou claro que não vai voltar atrás em sua decisão de não aderir ao Protocolo de Kyoto. Por isso, os países que defendem um acordo sobre o assunto na comunidade internacional precisarão convencer nações menos desenvolvidas e que poluem menos a aceitar medidas que não são adotadas pelos EUA.

Segundo fontes oficiais argentinas, mais de 140 delegações governamentais confirmaram sua participação, entre os quais 80 ministros de países americanos, europeus e asiáticos. Também estão inscritos 17 organismos intergovernamentais e 187 organizações não-governamentais, vinte delas argentinas.