Preso mais um dos assassinos do padre italiano morto na Bahia
Hélio Gonçalves Damasceno, 22, conhecido como Zoín, confessou, nesta semana, a participação em um crime que abalou a cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, a 505 km de Salvador: o assassinato do padre italiano Bruno Baldacci, 63, morto a pauladas em seu quarto, na Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora das Candeias, na noite de 29 de março. A informação foi divulgada pelo jornal Impacto, da cidade baiana.
Segundo o jornal, capturado esta semana, Hélio é mais um dos envolvidos no homicídio a ir parar atrás das grandes. Além dele, também estão presos Leandro dos Santos, 24, e Eduardo Tadeu Damasceno, 22, o Dudu. Wellington Matos Xavier, 20, vulgo Italiano, continua foragido.
O padre Bruno foi encontrado morto no sofá da sua residência com a cabeça esfacelada por pauladas. A casa estava com as paredes e o chão sujos de sangue, destaca a matéria do jornal Impacto.
O assassinato aconteceu durante a madrugada e a vizinhança não percebeu nada. Uma funcionária da paróquia encontrou o corpo às 8:45 do dia 30. Com as informações apuradas junto às religiosas da comunidade das Candeias, a polícia começou a conduzir as investigações que resultaram na prisão de Leandro dos Santos, morador do bairro Urbis I, próximo ao Estádio Lomanto Júnior e que teria acesso e amizade ao padre há 10 anos.
Ainda segundo a notícia, outro acusado, Eduardo Tadeu, o Dudu, criado desde pequeno pelo padre, fugiu para a cidade de Ilhéus logo depois do homicídio. Lá foi reconhecido por populares que viram sua foto na TV e acabou preso, sendo em seguida recambiado para Conquista.
Hélio Gonçalves Damasceno contou sobre sua participação no crime, acentua o jornal, confirmando que dera a paulada na cabeça do religioso e afirmando que, naquele momento, estava na companhia dos demais acusados. Ele conhecera o sacerdote poucos meses antes do assassinato, mas logo passou a tomar conta do sítio que o religioso mantinha no povoado de Lagoa das Flores.
Segundo dona Maria, que trabalhava há onze anos com Monsenhor Baldacci, ele vivia se queixando do rapaz que não fazia nada diante do desaparecimento dos objetos do sítio, conclui o Impacto.
Cidadão ilustre
O prefeito José Raimundo Fontes decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do padre, considerado um dos cidadãos ilustres de Vitória da Conquista, "que muito contribuiu com o seu labor religioso para o desenvolvimento desta terra", segundo nota divulgada pela prefeitura local.
Há 20 anos atuando no Sudoeste da Bahia, como personalidade religiosa, Bruno Baldacci, chegou ao Brasil em 1972, e realizou significativo trabalho de evangelização com as Comunidades Eclesiais de Base, auxiliando na implantação das atuais paróquias.
O primeiro trabalho sacerdotal do Padre Bruno foi em Conquista, de onde saiu para cumprir sua missão em outras paróquias (Itapetinga e Ilhéus) e voltou para ser pároco da Paróquia Nossa Senhora das Candeias, desde 1986. Assumiu, também, a administração diocesana da cidade, entre 2000 e 2002.
Atualmente, o Monsenhor Bruno Baldacci era reitor do Seminário de Ilhéus e vigário regional de toda a zona rural de Vitória da Conquista.
Neste momento de dor, o Prefeito Municipal lamenta profundamente esta grande perda e manifesta sua solidariedade a toda comunidade religiosa de Conquista e aos demais parentes do Pe. Bruno.
O Conselho Municipal de Educação de Vitória da Conquista aprovou, em sessão realizada no último dia 26, Moção de Pesar pelo falecimento do Monsenhor Bruno Baldacci.No documento, a Comissão afirma o seguinte:
" Uma característica marcante da personalidade de Padre Bruno sempre foi a sinceridade. Aqueles que privaram da sua intimidade sabem que ele jamais faria alguma coisa ou teria uma atitude puramente externa para agradar alguém. Ao lado da franqueza possuía uma sensibilidade e bondade que encantavam. Tinha um hábito que lhe era bastante peculiar: frequentava casas de paroquianos ricos e pobres. Comia com aqueles que o convidavam e conseguia ser um dos padres mais queridos e populares da cidade. O salmista David afirmou que " a bondade é um edifício eterno". Padre Bruno o possuía. Ele ria com os que se alegravam e chorava pela dor alheia".
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