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Rosa de Viterbo, a santa canonizada pelo povo

Santa Rosa de Viterbo é festejada em 6 de março, no dia de sua morte, mas também pode ser comemorada no dia 4 de setembro, dia do translado do seu corpo incorrupto para o mosteiro de Clarissas de Santa Rosa, em Viterbo, Itália.

A menina Rosa nasceu no ano de 1233, em Viterbo, na Itália, e faleceu ainda jovem, aos 18 anos, em 6 de março de 1251, na sua cidade natal.

Os seus pais, João e Catarina eram cristãos fervorosos, e logo perceberam que Rosa não era uma garota comum, mas que a graça agia nela de uma forma verdadeiramente extraordinária. Ela possuía dons especiais e um amor incondicional ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo multidões. Aos doze anos ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, por causa de uma visão em que Nossa Senhora, após curá-la de uma enfermidade grave, assim lhe determinou.

Bartolomé Esteban Pérez Murillo, A Virgem e o Menino com Santa Rosa de Viterbo, Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid

Viterbo, localizada a cerca de 80 km ao norte de Roma, naquela época pertencia aos Estados Pontifícios, governados pelo Papa da Igreja Católica. Neste período, século XIII, a Igreja vinha sendo perturbada por heresias mortais e por frequentes guerras e turbulências políticas. 

Segundo a tradição secular, Rosa, quando tinha quatro anos, diante do caixão de sua tia materna, com voz imperiosa a fez ressuscitar. A cidade de Viterbo se comoveu e a menina Rosa passou a ser considerada uma verdadeira santa

No ano de 1247, a cidade de Viterbo caiu nas mãos do imperador alemão Frederico II, um herege, que negava a autoridade do Papa e o poder do Sacerdote de perdoar os pecados e consagrar. Rosa teve, então, outra visão, desta vez com Cristo que estava com o coração em chamas. Ela não se conteve, saiu pelas ruas pregando com um crucifixo nas mãos. Ao anunciar Jesus, a multidão que ela atraía era tão grande que, por vezes, não se podia vê-la pregando.

Rosa é representada como uma figura jovem e mística que perambulava pelas ruas de Viterbo com uma cruz nas mãos

A pregação de Rosa transformou Viterbo. Pecadores empedernidos se convertiam. Hereges voltavam ao seio da igreja e, principalmente, os partidários italianos do imperador revoltado, reconciliavam-se com seu soberano – o Sumo Pontífice. Numa ocasião, Rosa começou a levitar-se até poder ser vista por todos. A levitação de Rosa foi atestada por milhares de testemunhas e a notícia percorreu a Itália, o que passou a representar uma ameaça para as autoridades locais.

Tempos depois, Frederico II voltou a dominar a Itália e, consequentemente, Viterbo. E Rosa foi denunciada ao Imperador e levada à sua presença, sendo proibida pelo ditador de continuar suas pregações. E Rosa respondeu a Frederico II; “Quem me manda pregar é muito mais poderoso e assim prefiro morrer a desobedecê-lo”.

Frederico II então mandou prender Rosa. Mas, temendo que houvesse revolta em Viterbo, caso conservasse Rosa na prisão, o Imperador mandou deportar a jovem missionária e seus idosos pais. Foi então que o prefeito da cidade decidiu exila-la em janeiro de 1250. Rosa e seus pais foram morar em Soriano onde sua fama já havia chegado. Mais tarde, Rosa pôde entrar novamente em sua cidade natal para continuar seu trabalho de restauração. Discutindo com hereges, ela frequentemente operava milagres como prova da verdade que o Espírito Santo colocava em seus lábios. 

Reduzida aquela cidade à penitência e aos bons fervorosos, ela quis retirar-se para o claustro, mas devido à sua extrema pobreza não foi aceita. Rosa então transformou seu quarto em uma cela de religiosa, impondo-se a um severo silêncio, ocupando-se apenas com Deus, sentindo que sua missão havia terminado. Assim passou seus últimos sete anos de vida, só sendo interrompida por pessoas piedosas que vinham lhe pedir conselhos.

Em 4 de Setembro de 1258 quando, após a exumação do corpo de Santa Rosa, sete anos depois de sua morte, este apresentava-se incorrupto

No dia 6 de março de 1252, Rosa entregou sua alma à Deus e morreu de causas naturais e sem agonia. Seu corpo foi sepultado na Paróquia Santa Maria Del Poggio.

Três anos depois, seu corpo foi encontrado incorrupto e fresco. Ele foi solenemente transferido para o mosteiro de S. Maria della Rosa, onde um dia ela disse: "Não me quer viva, me receberá depois da minha morte". Os seus restos sagrados são guardados em Viterbo na igreja a ela dedicada e o povo presta-lhe um grande culto, enquanto a cidade é colocada sob a sua proteção. Até hoje, Rosa é comumente chamada de Santa, mas ainda não foi reconhecida como tal pela Igreja Católica.

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