O foco dos vinhos brasileiros
O Projeto Setorial Integrado Wines From Brazil (WFB), realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), definiu os oito mercados prioritários para a promoção dos vinhos brasileiros no exterior. Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia serão os países que receberão a maior atenção e investimentos do Wines From Brazil nos próximos dois anos, com vistas às exportações de vinhos e espumantes verde-amarelos.
A escolha ocorreu com a participação de 23 das 38 empresas participantes do WFB. A decisão contou com o suporte de um estudo de ranqueamento de mercados, com metodologia específica elaborada pela Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva (UICC) da Apex-Brasil. Segundo o coordenador da UICC, Marcos Lélis, foram analisados 27 mercados, separados por regiões geográficas (Américas, Ásia/Oriente Médio e Europa). As variáveis aplicadas no trabalho envolveram dados de volume e crescimento de comércio exterior; acesso e análise da concorrência; demografia e renda; contexto macroeconômico; volume e crescimento setorial.
Conforme a gerente de Promoção do WFB, Andreia Gentilini Milan, a Alemanha – por ser um grande mercado importador (o segundo na União Europeia), ter consumo per capita alto (acima de 30 litros por pessoa ao ano) e ser formador de opinião – está entre os países que receberam a nota máxima do estudo técnico, assim como o Reino Unido, os Estados Unidos e Hong Kong, por ser a porta de entrada para o imenso mercado da China.
As novidades foram as inclusões da Polônia e da Suécia entre os mercados-alvo dos vinhos brasileiros. Andreia explica que a Polônia tem tido um crescimento grande no consumo de vinhos, estando bastante aberta a produtos importados. “O consumo de vinho na Polônia está aumentando e a expectativa é que o vinho ganhe cada vez mais espaço no mercado da cerveja e da vodka”, comenta Andreia, acrescentando que a previsão é de que o nível de consumo per capita cresça de 5 a 15% anualmente nos próximos anos. O país também representa um caminho de ingresso a todo o Leste Europeu e à Rússia.
A Suécia é um local estratégico para entrada nos Países Escandinavos (Noruega e Dinamarca). O mercado é monopolizado em toda a região, sendo a Suécia o maior deles, com influência sobre outro país com potencial para comprar os vinhos verde-amarelos, a Finlândia. Andreia ainda fala que o Canadá passará a ter um maior investimento em promoção devido à abertura que tem mostrado aos nossos produtos. Nos Países Baixos, o trabalho será incrementado, pela boa resposta que vem tendo nos últimos anos.
Também participaram da análise dos mercados-alvo a analista da UICC, Camila Meyer, e o gestor do projetos, Marcos Soares, ambos da Apex-Brasil. Um novo exercício técnico e analítico será realizado para definir os mercados prioritários à exportação de suco de uva.
O projeto
O Projeto Setorial Integrado Wines From Brazil iniciou suas atividades, em 2003, com a adesão de apenas seis vinícolas brasileiras. Hoje, já são 38, sendo que 21 delas já efetivaram exportações.
Em seis anos de trabalho, o valor exportado aumentou 20 vezes, subindo de US$ 231 mil em 2003 para US$ 4,68 milhões em 2008, um incremento de 1.927%. No ano passado, os negócios encaminhados pelas empresas integrantes do projeto somaram exatamente o dobro das exportações de vinhos e espumantes de 2007.
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