Vinicultores de Curitiba debatem desafios e oportunidades do setor
Os produtores de vinho de 14 municípios da Região Metropolitana de Curitiba participaram do I Encontro sobre Produção de Vinho Colonial na Pequena Propriedade, realizado nesta quarta-feira (30), no Sítio Roda D´Água, Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais. O evento teve como tema Desafios e Oportunidades para a Produção de Vinho.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, destacou a necessidade de os produtores agregarem serviços e história ao produto, para diferenciar e dar competitividade à produção. Nos Caminhos do Vinho, da Colônia Mergulhão, trajeto que integra o circuito de Turismo Rural de São José dos Pinhais, existem cerca de 15 adegas, com produção média de 350 mil litros de vinho por ano.
O I Encontro sobre Produção de Vinho Colonial foi patrocinado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) e prefeitura de São José dos Pinhais. O objetivo é proporcionar meios e instrumentos que possam organizar e fortalecer a cadeia produtiva da uva, além de discutir as oportunidades e os desafios da produção de vinho colonial na pequena propriedade.
Práticas
Para que a produção de vinho colonial tenha competitividade, o produtor precisa agregar um conjunto de boas práticas, de higiene e sanidade para que o produto tenha qualidade, recomendou o secretário. Esse é um dos requisitos para que o dono da adega possa ter a liberação dos serviços de inspeção sanitária do município e do Estado para vender o vinho em outras localidades do País.
Mas o produtor deve ir além, recomendou Bianchini. Para o secretário, o produtor deve agregar ao produto sua história, a trajetória de sua família, a cultura regional. Porque história é território e as práticas repassadas de pai para filho são incorporadas à produção de vinho. Fora isso, o produto vira commoditie e a competitividade se torna muito acirrada com a proximidade das regiões de elevada produção como Serra Gaúcha, Argentina e Chile, comparou.
Em sua palestra, Bianchini disse que os cantineiros não devem temer a fiscalização, se adotarem boas práticas de produção. Para o secretário, os cantineiros devem produzir um vinho com marca e estarem muito conscientes que qualquer desvio de qualidade no processo de produção é a sua marca que será prejudicada. O que vai dar competitividade ao vinho colonial será a qualidade da produção e a marca da adega, observou. Por isso, todas as cantinas dos circuitos de produção de vinho têm co-responsabilidade de zelar pela marca de todas, acrescentou.
Capacitação
Bianchini destacou o trabalho da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para revitalizar a produção de uva, vinho e derivados no Paraná, como alternativa de diversificação para a pequena propriedade da agricultura familiar.
A Secretaria está trabalhando em sintonia com o MDA e com a Embrapa de Bento Gonçalves (RS), que desenvolveu tecnologia para produção de uva e vinho de qualidade, para oferecer cursos e treinamentos na Escola da Uva e Vinho que irá funcionar nas dependências da Embrapa Florestas em Colombo. Segundo Bianchini, os primeiros cursos começarão em breve e a expectativa é que os donos de adegas sejam capacitados para produzir vinhos com qualidade.
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