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50 mil bares e restaurantes na Itália deverão fechar

O governo italiano, no âmbito do fim do bloqueio, definido para acontecer em 4 de maio, decidiu que os restaurantes somente estarão autorizados a reabrir, em 1º de junho. A medida é interpretada como a decretação de morte ao setor de ristorazione no país.

Estima-se que cerca de 50 mil estabelecimentos do setor estão na iminência de fechar  as portas, em definitivo, após o período de isolamento imposto pelo governo italiano para se contrapor à crise do coronavírus. O alerta é da Federação Italiana de Públicos Exercícios (FIPE), a associação líder do setor de alimentação, entretenimento e turismo na Itália, no qual operam mais de 300 mil empresas, entre bares, restaurantes, pizzarias, sorveterias, confeitarias, discotecas, balneários e cassinos.

A FIPE calcula que o bloqueio irá custar cerca de 34 bilhões de euros ao setor.  Conforme a entidade, o confinamento, decretado em 11 de março passado, gerou uma “crise profunda” e, perante este cenário, “muitos empresários estão a avaliar a não reabrir os seus estabelecimentos porque as medidas de apoio ao setor são manifestamente insuficientes”.

O fechamento das empresas do setor de ristorazione representará um duro golpe no grande patrimônio da economia italiana e na herança cultural do país. Com 46 bilhões de euros, o setor é o primeiro em valor agregado da cadeia agroalimentar, responsável por grande parcela dos empregos no país. Nos últimos 10 anos, apesar da crise, os italianos sempre gastaram mais para comer fora de casa, reduzindo os gastos em casa.

Conforme recente pesquisa divulgada pela entidade, relativa ao ano de 2019, 10,8% dos italianos (cerca de 5 milhões) tomaram café da manhã, num dos 148 mil bares e confeitarias do país; cerca de 10 milhões (18,5%) de italianos jantaram no restaurante, por pelo menos duas vezes na semana.