UIL

As racionalidades modernas de Leon Battista Alberti

4 a 8 de abril, a Escola de Arquitetura vai sediar o Seminário de Pós-graduação e Colóquio Internacional Na Gênese das Racionalidades Modernas em torno de Alberti.

Segundo os organizadores, o arquiteto, teórico de artes e humanista italiano Leon Battista Alberti (1404-1472) tratou de muitos temas – da literatura às ciências, da moral à economia e à política – e as diversas áreas foram profundamente modificadas por sua leitura singular. A cultura e os modos da racionalidade tomaram “aspectos inéditos que mesmo o termo “humanismo” é incapaz de circunscrever”.

Tanto o seminário quanto o colóquio internacional visam justamente definir, além das categorias tradicionais da historiografia, esses novos modos de racionalidade que a abordagem de Alberti engendrou em todos os campos e medir sua influência até nossos dias. Os eventos terá participação de nomes como Carlos Antonio Brandão e Mauricio Loureiro, da UFMG, Pierre Caye, do CNRS, Mario Carpo, do Georgia Institute of Technology (EUA), e Mario Krüger, da Universidade de Coimbra (Portugal).

Os eventos são promovidos em parceria pela UFMG – por meio Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) e do programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – e pelo Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), da França.

A programação está na página do Ieat. As inscrições devem ser feitas pelo endereço npgau@arq.ufmg.br. Outras informações pelo telefone 3409-8839.

Sobre Alberti

Nascido em Gênova em 1404, o arquiteto e teórico da arte personificou o ideal renascentista do uomo universale, isto é, o letrado humanista capacitado em diferentes campos de atividade. Filho ilegítimo de um florentino exilado em Gênova, pertencente a uma família de mercadores, estudou Direito na Universidade de Bolonha. Mas sua carreira jurídica foi abreviada em consequência de uma doença que lhe provocou a perda parcial da memória. . Sua vida é descrita em Vite, de Giorgio Vasari.

Diante da situação, os interesses de Alberti viraram-se, então, para a ciência e para a arte Leitor atento de Vitrúvio, escreveu seu célebre tratado De re aedificatoria (impresso depois de sua morte) tomando como base de referência a arte da Antiguidade. Baseava na música dos números a harmonia das proporções e concebia o edifício como um todo, solidário em cada um de seus elementos. Foi excelente na concepção de plantas e modelos. Deve-se-lhe a frontaria de Santa Maria Novella e o Palácio Rucellai, em Florença; San Sebastiano e Sant'Andrea, em Mântua; e o Templo Malatesta, de Rimini: a Igreja de São Francisco, à qual deu por fachada um arco de triunfo.

Uma célebre frase sua foi Uma obra está completa quando nada pode ser acrescentado, retirado ou alterado, a não ser para pior.

Sabe-se que de 1432 a 1434 viveu em Roma, e mais tarde em Florença, Bolonha, Mântua e Ferrara onde trabalhou também como arquiteto. A partir de 1443 ficou mais tempo em Roma, onde se concentrou no estudo do legado clássico da cidade, cujo resultado surgiu em seu livro «Descriptio urbis Roma» (Descrição da cidade de Roma). Tornou-se assistente do papa Nicolau V, aconselhando-o em numerosos projetos, como o desenho da reforma da igreja de Santo Estêvão Redondo (Santo Stefano Rotondo) e nos novos planos do Vaticano.

Em Roma, em 1452, completou seu principal trabalho teórico, «De re aedificatoria libri decem» ou Dez Livros sobre Arquitetura, o primeiro grande tratado moderno de arquitetura. Morreu na cidade eterna  em 1472