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Barroso: mais do que nunca EUA e Europa precisam um do outro

O presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, afirmou nesta quarta-feira que agora "mais do que nunca a Europa precisa dos Estados Unidos e os Estados Unidos precisam da Europa" e acrescentou que a "cooperação transatlântica é mais forte que qualquer diferença".

Depois de se reunir com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, Barroso afirmou em entrevista coletiva que a UE e os EUA trabalham juntos para "promover democracia, liberdade e prosperidade no mundo todo", e apontou como seus principais desafios as oportunidades abertas no Oriente Médio, no Afeganistão e nos Bálcãs.

Nesse sentido, Rice destacou que "ainda há muito trabalho a fazer em comum para chegar a um mundo de paz", especialmente no conflito entre israelenses e palestinos. Por isso, fez um apelo para que "se redobrem os esforços" e assim não se perca esta oportunidade, como ocorreu no passado.

Tanto o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, como o presidente palestinos, Mahmoud Abbas, "parecem entender a oportunidade histórica existente ante eles. É um momento para o otimismo, mas reconhecendo que as partes não foram capazes de aproveitar no passado as oportunidades que tiveram", acrescentou Rice.

Também assinalou que o ocorrido nos últimos dias "demonstra que a UE e os Estados Unidos serão sócios muito fortes e vão aproveitar as oportunidades para a paz" neste conflito.

Por sua vez, Barroso ressaltou "os sinais de esperança para uma paz" no Oriente Médio e insistiu em que, frente aos principais problemas internacionais, "teremos êxito se estivermos juntos".

"É bastante óbvio" dizer que não há acordo "em cada assunto", disse Barroso, que acrescentou que "há uma percepção de que devemos trabalhar juntos" e se perguntou se "há alguém que realmente ache que a UE ou os EUA sozinhos podem enfrentar os grandes desafios. É impossível, temos que fazê-lo juntos".

A respeito, Rice afirmou que "houve diferenças no passado e haverá no futuro", mas considerou que não existem nos grandes problemas da atualidade e destacou que "ainda resta muito trabalho a fazer em comum para alcançar um mundo com paz".

A secretária americana afirmou que a colaboração entre ambos os lados do Atlântico é cada vez maior em assuntos como a guerra contra o terrorismo, Afeganistão e nas iniciativas sobre segurança. Além disso, negou que haja diferenças nas visões da UE e dos EUA em como enfrentar problemas existentes com a China e o Irã e assegurou que compartilham "propósitos e objetivos".

No caso da China, Rice ressaltou que ambos desejam ver esse país como "um fator positivo na política internacional", mas sempre que cumprir suas obrigações em temas como a liberalização econômica, os direitos humanos e a liberdade religiosa.

A situação dos direitos humanos também foi uma das preocupações evocadas pela secretária de Estado no caso do Irã, assim como os perigos do regime iraniano pela possibilidade de que utilize energia nuclear com fins militares.

Barroso e Rice repetiram em várias ocasiões a necessidade de que a UE e os EUA trabalhem "juntos" em uma "agenda comum" e o presidente do Executivo do bloco europeu afirmou que espera que "essa seja a mensagem que reforçaremos quando -o presidente americano, George - Bush vier" a Bruxelas, em sua visita prevista para o próximo dia 22 de fevereiro.