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Coronavírus, Itália o primeiro na Europa em número de infecções

Registrados 132 casos (até o meio dia deste domingo, horário local) de pessoas infectadas, 26 em terapia intensiva, números que têm crescido de hora em hora. Um quadro preocupante, explicam epidemiologistas, já que são casos de transmissão local "secundária", isto é, ocorreram em indivíduos que não vieram de áreas de risco. 

Os surtos de infecção foram identificados nas regiões norte e nordeste da Itália, na Lombardia, no Veneto e no Piemonte.

Escolas fechadas em toda a Lombardia

Precisamente na Lombardia, ocorre o maior número de infecções registrado até agora. O atraso na identificação do paciente zero é apontado como responsável pela cadeia subsequente de infecções. 

As escolas em toda a Lombardia ficarão fechadas por uma semana, atendendo determinação de portaria emitida pela Região, assinada pelo Presidente Attilio Fontana, em comum acordo com o ministro da Saúde Roberto Speranza. Portaria válida para todo o território lombardo. 

O governador da Lombardia decidiu "a suspensão de manifestações ou iniciativas de qualquer natureza, de eventos e de qualquer forma de reunião em local público ou privado, também de natureza cultural, recreativa, esportiva e religiosa, mesmo em locais fechados abertos ao público ", após a emergência do coronavírus. A abertura ao público de museus e outros institutos e locais de cultura também está suspensa.

Situação grave e preocupante

Segundo ressalta Walter Ricciardi, membro do Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde, a situação "é grave e preocupante, pois é uma doença insidiosa com uma letalidade não desprezível, e não está excluído que outros surtos possam ocorrer". 

Mas o que também impressiona é a rapidez com que surgiram dezenas de novos casos, entre sexta e sábado. Uma das razões sugeridas é o aumento dos testes, após as primeiras detecções.

Especialistas frisam que o "verdadeiro problema" reside no fato de que, na Lombardia, o paciente 'um', de 38 anos de idade, residente em Codogno, não veio de áreas de risco e estava no hospital, também causando um surto dentro dele, provavelmente iniciando a cadeia de infecções. 

É o cenário mais difícil que pode surgir ". Precisamente o fato de o paciente ser italiano, em certo sentido, insuspeito por não ter vindo de áreas de risco, levou a "um atraso no diagnóstico do caso e isso favoreceu o desencadeamento das infecções", diz o presidente da Ordine Medici Nazionale, Filippo Anelli, observando que a origem da infecção ainda não está clara para os casos em Veneto ou Piemonte.

A situação na Itália "mudou radicalmente" também de acordo com o presidente da Sociedade Italiana de Doenças Infecciosas e Tropicais, Marcello Tavio, e isso "pode tornar necessário modificar o protocolo atual, com a extensão do teste de coronavírus para todas as pessoas. com afecções respiratórias e não apenas com os contatos de indivíduos infectados ou com aqueles que retornaram de áreas de risco".

De acordo com os dados mais recentes do Centro Europeu para o Controle de Doenças (ECDC), a Alemanha registrou 16 casos, dois dos quais importados e o restante secundário; França 12 (5 importados, 7 secundários e um morto); Grã-Bretanha 9 (dos quais apenas um importado); Espanha 2; na Bélgica, Finlândia e Suécia, um caso. (Com informações do Il Messaggero)