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Drogas matam de 7 a 8 mil europeus todos os anos

Todos os anos morrem na União Européia  entre 7.000 a 8.000 pessoas devido ao consumo de drogas e a overdose continua a ser uma das principais causas de morte entre os jovens. O consumo de droga é responsável por 3.000 novos casos anuais de HIV e 40% dos consumidores de heroína contraem o vírus da hepatite C. Estas são algumas das conclusões do relatório anual de 2008 sobre a evolução do fenômeno da droga na UE, apresentado nesta semana pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. (acesse abaixo o estudo completo em italiano e português).

Um tema subjacente ao debate político sobre a droga é o dos custos, ocultos e evidentes, do problema da droga na Europa, questão que é abordada em diversas partes do
presente relatório. O Observatório  tem procurado identificar as despesas públicas associadas à luta contra o consumo de droga nos Estados-Membros da UE. Este trabalho é
ainda incipiente, pelo que as estimativas apresentadas são mais indicativas do que rigorosas. No entanto, essas estimativas apontam para um volume de despesas
considerável, com valores preliminares que oscilam entre 28 e 40 milhões de euros. Mais difíceis de quantificar em termos econômicos são os danos causados pelo consumo
de droga.

As infrações relacionadas com a oferta de droga aumentaram 12% e as relacionadas
com a posse mais de 50 %. A cannabis continua a ser a droga mais freqüentemente associada às infrações à legislação em matéria de droga.

O consumo de cocaína continua a crescer num mercado europeu de drogas estimulantes segmentado. Na Europa, as drogas estimulantes desempenham um papel importante não só nos padrões de consumo de droga observados na população marginalizada de consumidores problemáticos e crônicos, mas também nos grupos de jovens bem integrados socialmente que consomem as drogas de forma mais recreativa.

No entanto, os padrões de consumo dos estimulantes diferem variam através da Europa: a cocaína é presentemente o estimulante mais consumido em muitos países do sul e do ocidente do continente e o seu consumo continua a crescer. Pelo contrário, os indicadores relativos às anfetaminas e ao ecstasy sugerem um quadro global de estabilização ou diminuição.

Todavia, as anfetaminas continuam a ser os estimulantes mais consumidos na maioria dos países da Europa Central, Setentrional e Oriental, onde representam, em alguns casos, uma
parte importante do problema de droga. O consumo de metanfetaminas continua a ser raro fora da República Checa e da Eslováquia, embora a disponibilidade ou o consumo desta droga sejam esporadicamente mencionados por outros países.


A evolução da produção de drogas sintéticas na Europa aumenta as preocupações acerca dos custos ambientais Os países europeus continuam a ser grandes produtores de anfetaminas e de MDMA, embora seja possível que a importância relativa da Europa tenha diminuído por a produção ter aumentado noutras regiões.

Normalmente, são detectadas 70 a 90 unidades de produção por ano, na sua maioria concentradas num pequeno número de países da Europa Ocidental e Oriental. Os dados
relativos à aplicação da lei sugerem que a produção de drogas sintéticas, incluindo metanfetaminas, pode estar a tornar-se mais sofisticada e capaz de produzir em maior
escala, graças à utilização de recipientes de reação de maiores dimensões, de equipamentos industriais e feitos de encomenda e de unidades móveis.

Um inquérito recente Eurobarômetro investigou as atitudes e percepções dos jovens a respeito da droga, tendo observado um grande consenso entre os diversos países. Globalmente, os riscos associados ao consumo de drogas como a heroína, a cocaína e o ecstasy eram considerados elevados por 81% a 96% dos inquiridos.

A grande maioria dos jovens que responderam (95%) considerava que estas drogas deveriam continuar a ser controladas na Europa. As opiniões sobre a cannabis, porém, estavam mais divididas, pensando 40% dos inquiridos que a droga constituía um risco elevado, enquanto quase o mesmo número (43%) entendia que o consumo de cannabis representava um «risco médio para a saúde», mais ou menos semelhante aos riscos decorrentes do hábito de fumar tabaco.

As percepções dos riscos para a saúde associados ao consumo de cannabis refletiam-se num menor apoio à manutenção da proibição desta substância (67%) e na idéia defendida por uma minoria substancial (31%) de que a cannabis deveria ser regulamentada de forma
semelhante aos produtos do álcool e do tabaco.
Veja o estudo completo nos idiomas português e italiano em:

http://www.emcdda.europa.eu/publications/annual-report/2008