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Um fim para o drama de Eluana?

O drama da italiana Eluana Englaro, atualmente com 37 anos, está chegando ao fim. Depois de uma longa polêmica, nos próximos dias, em uma clínica em Udine, ela terá os aparelhos que a mantém viva, em estado vegetativo desde o início da década de 90, desligados. Isso se o Estado ainda não decidir por uma intervenção, já que o hospital que decidiu realizar o procedimento está contrariando uma resolução do Ministério da Saúde, que no final do ano passado vetou a interrupção da alimentação para doentes em estados terminal por instituições hospitalares, privadas ou públicas.

Com a filha há 17 anos vivendo nessa condição, resultado de um acidente automobilístico, o pai de Eluana, Giuseppe Englaro luta para abreviar o sofrimento da filha há anos.  A luta de Beppino, como é mais conhecido, tornou-se pública no ano de 2000, quando enviou cartas ao presidente Carlo Ciampi, ao presidente do Conselho de Ministro, Giuliano Amato e ao ministro da Saúde, Umberto Veronesi, apelando para que fosse concedido o direito de a sua filha parar de sofrer.

 Tudo parecia encaminhado a partir de uma decisão da Suprema Corte Italiana, que em novembro passado  referendou medida da Corte de Apelação de Milão, que concedeu o direito à família de interromper a alimentação de Eluana. Porém, em seguida houve a iniciativa do Governo italiano, proibindo o procedimento, debaixo de uma intensa pressão de setores da Igreja Católica. Além disso, clínicas recusavam aceitar Eluana.
Na semana passada, a Justiça da Lombardia anulou uma medida  que proibia a utilização da estrutura de saúde da Região para auxiliar Eluana. Nesta madrugada, uma ambulância chegou à clinica La Quiete, em Udine, onde dentro de três dias os aparelhos de Eluana deverão ser desligados por voluntários.

O bispo local, Pietro Brollo, porém, está fazendo um apelo à “consciência de todos” para tentar bloquear o que considera uma decisão irreperável.