Jazz italiano em favela brasileira
Jazz, e ainda mais jazz italiano, em uma favela brasileira pode surpreender inicialmente, mas é o que vai acontecer no final do mês. Depois de se apresentar em Brasília, no dia 29, e em São Paulo, no dia 30, o pianista Stefano Bollani, juntamente com um grupo de músicos brasileiros, mostrará o seu latendo na Quadra da favela Pereira da Silva, a Pereirão da zona Sul carioca.
A iniciativa, no âmbito de um projeto de cooperação internacional firmado entre o governo do país e regiões italianas, com o apoio da região de Úmbria e da Fundação Úmbria Jazz, ocorrerá no local onde se desenvolve o Coletivo Morrinho, que inclusive se fez representar na última Bienal de Veneza, onde foi exibida uma escultura que reproduz, em miniatura, cenários da favela.
Esta será a segunda vez que Úmbria Jazz estará no Brasil, já que no ano passado participou, com um concerto de Francesco Cafiso, de um festival em Ouro Preto. A apresentação em Brasília, promovida pela embaixada italiana juntamente com a região e com a fundação, acontece na próxima quinta-feira (29), às 21h, no Teatro da Caixa (SBS, Quadra 04. Anexo do edifício matriz da Caixa. Brasília), com entrada franca. Para obter os ingressos, que estarão disponíveis até a lotação da sala, é necessário manter contato por meio do e-mail mail eventos.brasilia@esteri.it ou ligando para os números (61) 3442-9948 / 9947.
Stefano Bollani
Aos 11 anos se matricula no conservatório Luigi Cherubini de Florença, onde se forma em piano em 1993. Em 1996 se apresenta pela primeira vez com o conceituado trompetista Enrico Rava que o convida para tocar juntos em Paris. Segue uma ascensão rapidíssima: o sucesso na revista Música Jazz (prêmio de melhor novo talento em 1998), a direção da Orquestra Titanic, até a outorga em Nápoles, em 2003, do Prêmio Carosone.
Sempre em 2003, Swing Journal, a mais conceituada revista de jazz do Japão, confere-lhe, primeiro artista europeu em receber esta honra, o New Star Award. Além da histórica colaboração com Enrico Rava, Stefano Bollani trabalhou com Richard Galliano, Gato Barbieri, Pat Metheny, Miroslav Vitous, Michel Portal, Phil Woods, Lee Konitz, Han Bennink, Paolo Fresu e tocou diante das mais prestigiosas platéias (Úmbria Jazz, Festival de Montreaux, Town Hall de New York e Teatro alla Scala de Milão).
Gravou quatro CDs pela discográfica francês Label Bleu: Les fleures bleues (2002); Smat smat (2003); Concertone (2004); e, por fim, I visionari (2006), primeira gravação com seu novo quinteto com Mirko Guerrini (sax), Nico Gori (clarinete), Ferruccio Spinetti (contrabaixo) e Cristiano Calcagnile (bateria). Em 2003 começa a colaboração com os músicos dinamarqueses Jesper Bodilsen e Morten Lund, gravando o CD Mi ritorni in mente, e sucessivamente, em 2005, Gleda, songs from Scandinavia. Em maio de 2006 estréia, na serie dedicada à música jazz pelo semanal italiano LEspresso, sua primeira gravação italiana do trio junto com Ares Tavolazzi e Walter Paoli. Devido a um gênio alegre e extrovertido, Bollani ganhou a capa do semanal Topolino (Mickey): único jazzista italiano a se confrontar com Peninha! Em setembro de 2006 estréia Piano Solo, seu primeiro CD pela discográfica ECM.
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