Italianos, os menos felizes da Europa
Os primeiros resultados de uma pesquisa realizada por investigadores da Universidade de Cambridge sobre o grau de felicidade dos habitantes dos 15 países que integravam a União Européia, em 2004, posicionaram os italianos em último lugar e em 12º, em termos de satisfação de vida (à frente da França, Grécia e Portugal) . Embora de uma maneira geral o estudo indique que os europeus estão relativamente contentes, e nenhuma área analisada em termos de satisfação de vida tenha recebido nota inferior a cinco, a pesquisa colocou por terra alguns mitos e estereótipos.
Realizada com 20 mil pessoas de 180 regiões européias, a pesquisa relevou, por exemplo, que o elemento central para deixar os europeus felizes não é a riqueza, mas a confiança nas instituições, nos Governos, nas leis, nas pessoas que estão à sua volta. Em países onde a confiança estava faltando, como na Itália, até mesmo os muito ricos tenderam a estar infelizes. Outro ponto levantado: os cidadãos estrangeiros sempre surgiram como menos felizes em comparação aos nativos, resultado atribuído ao fato de estes terem redes socais mais amplas.
Outra idéia que foi desmistificada. Sempre se pensou que as pessoas mais contentes eram aquelas que tinham o privilégio de morar em terras ensolaradas, junto ao Mediterrâneo. Não é verdade. A Itália, Portugal e Grécia aparecem constantemente entre os com mais baixa contagem na pesquisa, enquanto os índices mais altos se registram entre os países mais frios, como Suécia, Filândia, os Países Baixos. Na verdade, os mais felizes entre todos são os dinamarqueses.
O trabalho da universidade inglesa aplica novas técnicas para aferir o bem-estar dos europeus. Ao pedir aos entrevistados para taxar o seu grau de felicidade global, uma equipe de psicólogos trabalhou com um extenso questionário, fazendo perguntas sobre o nível de envolvimento com religião, se confia na política e assim por diante. O objetivo não se restringia a identificar em que áreas as pessoas estavam contentes, mas permitir uma visão capaz de fornecer elementos para os políticos e autoridades.
A doutora Luisa Corrado, que conduziu a pesquisa, deixa claro: os fatores mais importantes que influenciam felicidade parecem ser a qualidade de nossa interação social com outros e a confiança que nós temos nas instituições de nosso país. A mensagem para os políticos é que eles deveriam promover a inclusão social, pois isso traz integração psicológica, que é essencial para a felicidade. Fica evidente, segundo ela, que não é suficiente os governos focalizarem suas ações no sentido de melhorar a riqueza. Nosso bem-estar seria mais provável florescer em uma sociedade mutuamente encorajadora e confiante. A pergunta é: Governos estão focalizando estes assuntos?
Os europeus mais felizes:
1. Dinamarca
2. Finlândia
3. Irlanda
4. Suécia
5. Holanda
6. Luxemburgo
7. Bélgica
8. Áustria
9. Reino Unito
10. Espanha
11. França
12. Alemanha
13. Grécia
14. Portugal
15. Itália
Os europeus mais satisfeitos:
1. Dinamarca
2. Finlândia
3. Suécia
4. Luxemburgo
5. Irlanda
6. Holanda
7. Áustria
8. Bélgica
9. Espanha
10. Reino Unido
11. Alemanha
12. Itália
13. França
14. Grécia
15. Portugal