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Christies’s anuncia raríssimo Da Vinci à venda

2011 será lembrado como o ano de um dos maiores acontecimentos no mundo das artes: a confirmação feita pelo Dr. Robert Simon, da Universidade de Columbia, de uma pintura Salvator Mundi como sendo de autoria de Leonardo da Vinci. “Salvator” já era bem conhecida na literatura afim, porém, muito se polemizava sobre qual das tantas versões seria a original - se é que houvesse uma dentre as que surgiam. Para todos os efeitos, considerava-se como das possíveis cinco obras ainda desaparecidas de Leonardo. Em 2005, após as mais apuradas pesquisas, dentre os melhores “pretendentes”, revelou-se que o óleo em madeira, de 65cm x 45cm, magistralmente restaurado pela expert Dianne Modestini, é, de fato, de autoria do grande gênio de Milão. Por ser muito superior aos demais em termos de técnica e tratamento, credita-se a essa obra o status de original.

Trata-se da representação de um tema corrente na iconografia cristã de desde a Idade Média, mas com raízes bem mais antigas: “Senhor dos Céus e da Terra”, pertencente ao período mais tardio da produção artística de Da Vinci, mostra Cristo em plano americano, mão direita em gesto de bênção e a outra segurando um globo (aqui, uma esfera translúcida, com implicações platônicas e físico-óticas). Seu primeiro registro data de 1649, sendo apontado como parte da Coleção Real de Carlos I (Inglaterra), ao que entrará na coleção Cook já no início do século XX - mas como um trabalho de Bernardino Luini (um dos mais notórios alunos de Leonardo). 

Em passagem pela Sotheby’s, a obra mudaria de proprietário e ingressa no consórcio privado americano R.W.Chandler de Nova York por US$ 80 milhões, quando seria repassada ao oligarca Dmitry Rybolovlev por US$ 127 milhões. Com isso, “Salvator”, juntamente com o retrato Ginevra de’ Benci, da National Gallery de Washington, chega a ser a segunda pintura de Leonardo radicada no Novo Mundo – ambas nos Estados Unidos e, de 9 de novembro de 2011 até 15 de fevereiro de 2012, ainda participará da exposição na National Gallery de Londres durante a mostra (sem precedentes no gênero) intitulada “Leonardo da Vinci: Pintor da Corte de Milão”.

Recentemente anunciado pela Christie’s de Nova York, a pintura, agora, será leiloada no próximo 15 de novembro, onde já se firma uma estimativa de - pelo menos - US$ 100 milhões na venda. Ainda antes do leilão, a obra deve seguir para exposição em Hong Kong, San Francisco e Londres.

Prof.Átila Soares da Costa Filho 
asoarescf@zipmail.com.br

O Prof.Átila Soares da Costa Filho é especialista em História e Antropologia e autor de A Jovem Mona Lisa e Leonardo e o Sudário, ambos pela Ed. Multifoco (Rio).

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