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Europeus e iranianos chegam a acordo nuclear

O Irã anunciou hoje que chegou a "um acordo preliminar" sobre seu controvertido programa nuclear durante a reunião que fez neste fim de semana em Paris com três países da União Européia (UE). "A negociação foi muito dura e complicada, mas chegamos a um entendimento preliminar", disse o chefe da delegação iraniana na capital francesa, Hussein Mousavian, em declarações à televisão de seu país.

"É um acordo que inclui os pontos de vista de todas as partes", acrescentou. Delegados do Irã reuniram-se na sexta-feira e no sábado com homólogos da França, do Reino Unido e da Alemanha para discutir a polêmica surgida em torno do programa atômico iraniano e de sua intenção de continuar enriquecendo urânio.

Os Estados Unidos acusam o regime dos aiatolá de tentar ocultar um programa para a aquisição de armas nucleares e pressionar a comunidade internacional para que imponha sanções ao Irã.

O regime iraniano nega ter este objetivo e assegura que seus fins são pacíficos, como o desenvolvimento de energia elétrica. "Agora as quatro delegações devem consultar seus respectivos governos e, se estes aceitarem, o acordo será anunciado nos próximas dias. Se não o fizerem, diremos que o diálogo fracassou, mas não sou pessimista", acrescentou.

Os três países europeus pretendem que o Irã aceite uma suspensão indefinida de seu programa de enriquecimento de urânio, opção à qual o regime iraniano se opõe.

Franceses, britânicos e alemães mantiveram no sábado um forte silêncio sobre o resultado de uma reunião que visava a evitar que o conflito chegue ao seio do Conselho de Segurança da ONU. Só o Ministério de Assuntos Exteriores francês emitiu um comunicado no qual explicava que "ao término das discussões difíceis, as duas partes alcançaram progressos consideráveis na direção de um acordo provisório sobre um enfoque comum".

A Agência Internacional de energia Atômica (AIEA) reúne-se no dia 25 para voltar a estudar a questão e decidir se o Irã cumpriu o que foi exigido. Em caso de resposta negativa, a AIEA decidirá o seguinte passo a ser dado, que poderia ser elevar a questão ao Conselho de Segurança da ONU.