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Alitalia apresenta plano a acionistas, sindicatos ainda resistem

Por Robin Pomeroy

A Alitalia detalhou nesta quarta-feira para os seus acionistas um abrangente plano de reestruturação, enquanto os sindicatos alertavam que seria difícil chegar a um acordo sobre a proposta de cinco mil demissões.

Com apenas uma semana para o final do prazo que a deficitária estatal italiana de transporte aéreo estabeleceu para concluir o plano de reestruturação, sem o qual ela está ameaçada de falência, a Alitalia defendeu suas idéias como maneira de deter a hemorragia de caixa e sair do vermelho.

Uma fonte que participou da reunião disse à Reuters que a reestruturação reverteria a situação da Alitalia até 2006, e que naquele ano a empresa obteria receita de 179 milhões de euros (216,3 milhões de dólares) antes dos juros e impostos (Ebit).

Este ano, o prejuízo da Alitalia em termos de Ebit deve crescer em cinco por cento, para 398 milhões de euros, com alta de seis por cento nos custos de mão-de-obra, para 1,239 bilhão de euros, disse a fonte à Reuters.

O plano de resgate prevê economia de 315 milhões de euros em custos ao longo dos dois próximos anos, por meio da demissão de quase um quarto dos funcionários do grupo, informou a Alitalia na segunda-feira.

As negociações com os diferentes sindicatos da empresa prosseguiam nesta quarta-feira. A maior parte dos principais sindicatos espera ser possível negociar um acordo melhor, em lugar de decretar greve, mas alguns dos grupos menores e mais radicais ameaçaram ações duras caso o plano não seja mudado.

"No momento, chegar a um acordo parece difícil", disse o presidente da maior central sindical italiana, a CGIL, Guglielmo Epifani.

De acordo com um documento distribuído na reunião de acionistas, do qual a Reuters obteve uma cópia, o plano de resgate também prevê a necessidade de uma injeção de um bilhão de euros na empresa pelos acionistas em 2005, na forma de um aumento de capital.

Uma fonte do setor disse que o montante necessário dependeria dos resultados da negociação com os sindicatos sobre cortes de custos.

(Colaboraram Alberto Sisto e Francesca Piscioneri)