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Coronavírus Itália, voos cancelados isolam o país 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (11), a doença Covid-19 como pandemia. O termo é usado para descrever uma situação em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas ao redor do mundo simultaneamente.

Após o governo estender a quarentena a todo o país, a Itália, terceiro em número de turistas na Europa, está fechada e praticamente isolada do resto do mundo.  

A companhia aérea British Airways anunciou o cancelamento de todos os voos de e para a Itália, depois que o país foi bloqueado até o próximo mês para combater a propagação do coronavírus. "À luz do anúncio do governo italiano e dos conselhos oficiais de viagem do governo britânico, contatamos todos os clientes que precisam viajar hoje (10 de março)", dizia o comunicado da British Airways.

A mesma medida foi tomada pela Ryanair. A companhia aérea irlandesa bloqueou todos os voos de e para a Itália até 9 de abril, a partir do próximo sábado. Os passageiros que precisarem voltar para casa poderão usar seus voos operacionais, até o final de sexta-feira.

A TAP Air Portugal anunciou o cancelamento de 2,5 mil voos, após ter anunciado na semana passada a suspensão de 1 mil voos entre março e abril, devido à queda na demanda por causa do avanço dos casos de Covid-19. A companhia informou que o cancelamento dos voos foi feito para adequar a oferta à demanda deprimida, por causa do novo coronavírus.

O governo espanhol, desde a zero hora desta quarta-feira (11), proibiu todos os voos diretos entre Espanha e Itália, até 25 de março. A Áustria e Malta também fecharam suas conexões com o país.  

A partir desta quarta-feira (11), o Japão também fica fora dos limites para muitos cidadãos italianos. Tóquio anunciou que impedirá que viajantes de diferentes regiões italianas entrem no país devido à epidemia de coronavírus e disse que está considerando medidas semelhantes para outros países, onde as infecções estão aumentando rapidamente. 

Nos últimos dias, a Lufthansa cortou voos para a Itália "para adaptar sua oferta à mudança na demanda". Os aeroportos envolvidos são os de Milão, Veneza, Roma, Turim, Verona, Bolonha, Ancona e Pisa. Enquanto no início do mês, a American Airlines também suspendeu todos os vôos de e para Milão até 24 de abril, e anunciou que reduzirá em abril a capacidade doméstica em 7,5% e a internacional em 10%, na próxima temporada de verão. Medidas semelhantes foram tomadas pela  Delta e pela Turkish Airlines

A Alitalia, maior companhia aérea do país, anunciou a suspensão de voos domésticos e internacionais, a contar  da última segunda-feira (9), no principal aeroporto de Milão. A Latam, que opera sete voos semanais entre Guarulhos e Milão, adotou a mesma medida. 

Outras importantes companhias aéreas europeias, como a KLM e Air France, também reduziram suas operações na Itália. A Norwegian Air anunciou o corte de aproximadamente 3.000 voos, entre metade de maio e metade junho, equivalente a cerca de 15% de sua capacidade.

A companhia aérea australiana Qantas também anunciou que cortará seus voos internacionais em quase um quarto nos próximos seis meses devido ao impacto do coronavírus, que levou a uma queda súbita e significativa na demanda.

Aeroportos europeus afirmam que surto de coronavírus representa “crise sem precedentes”.

O ACI Europe - Conselho Internacional de Aeroportos na Europa previu que no primeiro trimestre haja menos 67 milhões de passageiros. Os aeroportos na Itália são os mais afetados, mesmo antes da decisão do governo italiano de alargar a todo o país as medidas de isolamento, com quedas superiores a 60%.

O Covid-19 afunda o orçamento de transportadoras que perderão US $ 113 bilhões em 2020, segundo a Associação Internacional de Linhas Aéreas (IATA), "a mudança de eventos é quase sem precedentes". O impacto do coronavírus nas companhias aéreas pode chegar a US $ 113 bilhões em receita menor em 2020. 

A IATA estimou a perda de receita das companhias aéreas para o transporte de passageiros entre 63 bilhões de dólares - se a propagação do vírus estiver contida - e 113 bilhões de dólares se o coronavírus continuar se espalhando. Essa estimativa não leva em consideração perdas no transporte de mercadorias. O cenário mais crítico representa uma queda de 19% nas receitas globais da aviação de passageiros. (Redação www.oriundi.net)