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Polícia desmonta novo esquema de falsa cidadania na Itália

O esquema funcionava nos municípios (comuni) de Anzio e Nettuno, próximos a Roma. 5 mil euros para se tornar italiano.

Enquanto mais de mil italianos estão bloqueados no Brasil, por causa do Covid-19, entre as cidades italianas de Anzio e Nettuno, na área litorânea do Lazio, distante cerca de 68 Km de Roma,  foi descoberto um sistema que tem permitido a centenas de brasileiros chegarem à Itália e obter uma autorização de residência rapidamente. Um sistema tão rápido quanto ilegal. Um mecanismo graças ao qual pelo menos 600 brasileiros chegaram à capital italiana, em poucas semanas, tempo suficiente para chamar a atenção da polícia que, na terça-feira passada (09/02), expediu duas ordens de custódia cautelar.

Nesses papéis, aparecem os nomes dos seis protagonistas da investigação, que revelam a existência de uma associação criminosa que, por meio de documentos "falsos" e subornos, teria favorecido a imigração ilegal: Dois funcionários do Município de Anzio e de Nettuno, um advogado, um funcionário de um Café e dois mediadores culturais

A investigação teve início porque gerou suspeita o fato de dois mil sul-americanos terem, nos últimos anos, se mudado para os dois municípios onde vivem, apenas, cem mil pessoas. Os agentes das esquadras de Anzio e Nettuno descobriram a existência de um volume de negócios de cerca de 3 milhões de euros. Os cidadãos não pertencentes à UE teriam pago cerca de 5.000 euros para obter a cidadania italiana. Parte desse dinheiro teria sido usado por um advogado brasileiro preso por subornar um funcionário do Município de Anzio, que também foi atingido por medida cautelar

A mulher, que teria sido apanhada embolsando um suborno de € 400, não teria questionado quando os requerentes afirmavam viver sempre nos mesmos apartamentos. E não teria levantado objeções diante de todos aqueles brasileiros que afirmavam terem tido um parente italiano distante que emigrou para o Brasil décadas atrás. 

O sistema estava em curso por pelo menos três anos. Até a última terça. Quando os investigadores bateram na porta dos seis suspeitos. As buscas já teriam permitido aos promotores adquirir inúmeras evidências, não apenas documentais. De fato, durante a operação, a polícia encontrou cerca de 70.000 euros em dinheiro. Os computadores dos funcionários municipais também foram apreendidos. E os prefeitos dos municípios envolvidos intervieram imediatamente. (Com informações de iltempo.it )