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Europa precisa de universidades modernizadas

A Comissão Européia tomou, nesta quarta-feira (10) posição sobre a melhor maneira de modernizar as universidades da Europa, o que é de fundamental importância para que elas colaborem na consecução do objetivo da UE de se tornar uma economia global líder e baseada no conhecimento.

As universidades européias têm potencialidades enormes que, infelizmente, se encontram em grande parte por explorar devido a diversos fatores de rigidez e entraves. Libertar esse manancial de conhecimento, talento e energia requer uma mudança imediata, profunda e coordenada não só na forma como os sistemas são regulados e geridos, como na forma como as universidades são dirigidas.

As ideias da Comissão são apresentadas numa comunicação adotada nesta quarta-feira (10), que abrange todas as atividades das universidades européias: o ensino que dispensam, as atividades de investigação que desenvolvem e o potencial que apresentam como motores de inovação.

Ján Figel’, Comissário responsável pela Educação e a Formação, declarou: «Embora formem e ensinem milhões de pessoas todos os anos, os sistemas de ensino superior da Europa permanecem enredados numa teia de obstáculos, muitos dos quais têm décadas de existência. A comunicação hoje adotada é uma contribuição para o debate sobre a necessária modernização das universidades da UE.»

Por sua vez, o Comissário Janez Potočnik, responsável pela Ciência e a Investigação, afirmou: «As universidades são centrais geradoras de conhecimento. Vão ter de se adaptar às exigências de uma economia global, baseada no conhecimento, da mesma maneira que outros sectores da sociedade e da economia. As idéias que apresentamos hoje deverão ajudar a lançar um debate entre os Estados-Membros, bem como entre as próprias universidades.»

A Comissão Européia identifica nove áreas em que deve proceder-se a mudanças a fim de que as universidades européias possam contribuir para a criação de uma verdadeira economia do conhecimento. Cada instituição deverá encontrar o equilíbrio entre educação, investigação e inovação mais adequado ao seu papel na respectiva região ou no respectivo país, o que corresponderá, necessariamente, a uma abordagem diferenciada.

O objetivo é criar um quadro no qual as universidades possam tornar-se mais intervenientes numa sociedade e numa economia do conhecimento, na era da globalização. Como primeira meta, há que conseguir que as universidades atinjam um nível de excelência nas suas funções de ensino e investigação.

As propostas divulgadas pela Comissão incluem:

1) Aumentar a proporção de diplomados que passem, pelo menos, um semestre no estrangeiro ou em empresas.

2)Permitir que os estudantes utilizem empréstimos e bolsas de estudo nacionais qualquer que seja a zona da UE em que decidam estudar ou investigar.

3)Alinhar os processos de reconhecimento de habilitações académicas com os de reconhecimento de qualificações profissionais e tornar os diplomas europeus mais facilmente reconhecíveis fora da Europa.

4)Introduzir, na carreira dos investigadores, formação em domínios como a gestão da propriedade intelectual, a comunicação, a ligação em rede, o espírito empresarial e o trabalho em equipe.

5)Reorientar os cursos de forma a permitir uma maior participação em fases mais tardias do ciclo de vida, atendendo assim às necessidades da força de trabalho européia e garantindo que as universidades sejam capazes de se adaptar ao envelhecimento da população européia.

6)Rever os sistemas nacionais de propinas e os esquemas de apoio aos estudantes, por forma a que os melhores alunos possam aceder ao ensino superior e a carreiras de investigação mais avançadas, seja qual for o meio de que provenham.

7)Rever os sistemas de financiamento das universidades, procurando centrar-se mais nos resultados e conferir às universidades maior responsabilidade na sua própria sustentabilidade financeira a longo prazo, especialmente no que diz respeito à investigação.

8)Ampliar a autonomia e a responsabilização das universidades, a fim de que elas possam reagir rapidamente à mudança, o que poderá incluir a revisão de programas curriculares para os adaptar às evoluções, a construção de laços mais estreitos entre disciplinas e uma maior orientação para áreas globais de investigação (por exemplo, as energias renováveis ou a nanotecnologia) do que para disciplinas específicas. Poderá ainda incluir uma maior autonomia a nível de cada instituição na escolha do respectivo pessoal docente e de investigação.

A Comissão está pronta a apoiar a modernização das universidades da UE através de um processo de identificação e partilha de boas práticas, bem como dos seus programas de financiamento para a educação, a investigação e a inovação: o programa de aprendizagem ao longo da vida, o sétimo programa-quadro de investigação e desenvolvimento, o programa para a competitividade e a inovação e os fundos estruturais e de coesão..